Brasília - O Ministério da Saúde não apresenta dados nacionais consolidados, mas a dengue avança no país. Ontem, o Distrito Federal juntou-se à lista de cinco estados (Acre, Rondônia, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso) com registros de epidemias em suas cidades. Quatro áreas do DF – incluindo a Vila Planalto, que fica a poucas centenas de metros do Palácio do Planalto – acumulam número de casos suficientes para caracterizar epidemia. Outros locais afetados são Planaltina, Paranoá e Itapoá. Ontem, uma reunião de força-tarefa foi feita em Brasília, para tentar montar um esquema de emergência contra o avanço da doença.

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No encontro, técnicos lembraram que, tradicionalmente, o aumento do número de casos de dengue é registrado a partir de março. "Este ano o problema começou muito antes. Em janeiro já víamos uma mudança nos números", afirmou o assessor da subsecretaria de Vigilância e Saúde do DF, Ailton Dominicio.

Para tornar mais ágil o trabalho de combate à doença, na região de Vila Planalto, próxima da Esplanada dos Ministérios, técnicos foram aconselhados a dispensar o exame de sangue para diagnosticar a dengue. Agora, basta a realização do exame clínico. Áreas críticas começaram ontem a receber visitas de agentes para identificar e combater criadouros do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti. É esperada para hoje a divulgação de um novo boletim com número de casos suspeitos e confirmados de dengue no Distrito Federal. Dominicio informou que a morte de dois pacientes com suspeita de dengue estão sendo investigadas.

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Internet

Embora não haja registro de epidemia em Minas Gerais, o governo do estado lançou ontem o Plano Estadual de Enfrentamento da Dengue com enfoque na comunicação com a sociedade. Além de ações tradicionais como a assistência aos municípios e vigilância à saúde, o atual plano prevê a utilização de outros meios, como redes sociais na internet, na divulgação de práticas necessárias para o combate à doença.

"Na esfera assistencial, a obrigação é do governo. Nós temos de melhorar os fluxos assistenciais, oferecer os leitos que são necessários. Mas, na questão do combate ao mosquito, a participação da sociedade é fundamental, até porque mais de 80% dos focos estão nas casas das pessoas. Estamos inovando na comunicação, utilizando, por exemplo, as redes sociais na internet e rádios comunitárias", destacou o secretário de Estado da Saúde, Antô­nio Jorge de Souza Marques.

Conforme dados do governo, foram notificados, no ano passado, 80.683 casos de dengue em Minas, o que representou um aumento de 1,8% na comparação com 2008. No entanto, somente nas três primeiras semanas deste ano foram registrados 9.658 casos, um aumento de 89% em relação ao mesmo período de 2009.

A maior preocupação das autoridades é com Belo Horizonte e região metropolitana. As notificações na capital não param de crescer. De acordo com boletim divulgado na quarta-feira pela Secretaria Municipal de Saúde, em apenas uma semana o número de confirmações da doença subiu cerca de 36%, saltando de 508 para 800. Até o momento já foram notificados 2.847 casos na cidade. "Estamos tendo um verão muito quente e certamente isso explica (o aumento no número de casos)", comentou o governador em exercício, Antônio Anastasia.

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