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Depois de anos, Silvana agora pode usar regata | Henry Milléo/ Gazeta do Povo
Depois de anos, Silvana agora pode usar regata| Foto: Henry Milléo/ Gazeta do Povo

Bê-á-bá

A psoríase é uma doença inflamatória que afeta pele, couro cabeludo, unhas e mucosas. Aprenda mais sobre ela:

O que causa as inflamações?

Não há uma única razão. Sabe-se apenas que a pessoa possui pré-disposição hereditária para o desenvolvimento da psoríase. Ela não é contagiosa.

O que agrava as lesões?

O estresse emocional é um dos principais fatores de aparecimento e exacerbação das lesões, além do uso de álcool exagerado, de anti-inflamatórios e remédios para pressão.

Quais as formas de tratamento?

Não há cura, e o tratamento é cíclico, alternando remédios, cremes e loções tópicas e, nos casos mais graves, sessões de fototerapia.

Quais os impactos para o paciente?

Como as lesões dão aspecto de doença infecciosa, o paciente usa roupas fechadas mesmo quando está com calor, pois as pessoas ficam olhando, o que causa um impacto muito grande no seu convívio social..

Fonte: Geann de Bortoli, médico dermatologista do Hospital São Vicente.

Não importa a cor, o sexo ou a idade, ninguém está livre de um dia desenvolver psoríase, doença inflamatória que afeta a pele, as unhas, o couro cabeludo e, nos casos mais graves, as articulações. As manchas vermelhas com placas prateadas que descamam podem aparecer por todo o corpo ou em regiões localizadas, mas é o que basta para fazer com que o portador da doença sofra preconceito.

Silvana do Rocio Taborda de Oliveira, 46 anos, sabe muito bem o que é isso. Há 15 anos as manchas surgiram nos cotovelos e no couro cabeludo. Ela começou a ficar nervosa com a situação e não demorou muito para o problema se espalhar por todo o corpo. "Até perdi emprego por causa disso. Como trabalho com alimentos, as pessoas não entendem o que são essas ‘cascas’ no rosto e nas mãos e acabam ficando com nojo", conta ela.

Ainda hoje não se sabe quais as causas do aparecimento da doença, mas há fatores que agravam os sintomas, como o estresse emocional, que, segundo especialistas, é o principal fator para o aparecimento e a exacerbação das lesões. "Mas o uso de álcool de forma doentia, de anti-inflamatórios e remédios para a pressão alta são elementos que contribuem para que o quadro se agrave", explica o dermatologista do Hospital São Vicente Geann de Bortoli.

De acordo com o médico, por ser uma doença crônica que incide diretamente na qualidade de vida social do paciente, a psoríase cria um grau de estresse tão elevado, que chega a ser superior do que aquele por que passa a pessoa que faz uma operação cardíaca. "O índice de qualidade de vida é mais alterado do que o de pessoas com problemas cardíacos. A pessoa está com a lesão e numa situação banal do dia a dia gera um problema gigante. Sai todo mundo de perto."

Silvana passou por várias situações como essa e até mesmo por uma grande decepção amorosa. "Meu marido, depois de 16 anos de casados, foi embora com outra moça. Agora tenho um companheiro que me ajuda e me entende. Ele me ajudou bastante." Mas essa aparente conformação com a situação só veio depois de ter passado por vários tratamentos. O último foi a realização de sessões de fototerapia. Ela voltou até a usar camiseta regata porque as placas sumiram do seu corpo. "Sei que não vou ficar com essa pele morena e sem a psoríase por muito tempo, porque não há cura, mas agora aprendi a conviver a doença."

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