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Laura Rodrigues Rocha, psicóloga clínica | Walter Alves/Gazeta do Povo
Laura Rodrigues Rocha, psicóloga clínica| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

Quem vê a psicóloga clínica e psicoterapeuta corporal Laura Rodrigues Rocha escrevendo, conversando com os amigos e se divertindo com a família, nem imagina o esforço que ela faz para se manter sorridente. Paraplégica há mais de dois anos, ela garante: mesmo com as limitações impostas pela falta de mobilidade do corpo, não abre mão de manter o pensamento positivo.

Sua vida começou a mudar em novembro de 2008. "Na época, construía uma casa. Um dia, fui visitar a obra. O portão não estava amarrado adequadamente e, quando tentei fechá-lo, ele se soltou do trilho e caiu em cima de mim. Tentei segurá-lo, mas não teve jeito", diz.

O resultado foi uma grave fratura na coluna, que comprometeu o movimento do corpo da cintura para baixo, e uma transformação radical em sua rotina. "Sempre fui muito ativa. Vivia na correria, adorava passear, acordava cedo e só ia dormir lá pela meia-noite. Hoje, tenho dificuldade de manter um dia a dia agitado porque sinto dores neuropáticas muito fortes pelo corpo", diz.

A reclamação, segundo ela, é recorrente entre as pessoas com paraplegia. E não há medicamentos que amenizem a dor. "São 24 horas por dia sentindo um incômodo parecido com queimações, agulhadas, facadas e cortes com lâminas. É terrível."

Para tentar resolver o problema, Laura diz que passa o dia procurando atividades para não ficar parada. "A preferida é escrever", diz. E o hobby até rendeu prêmios – e um incentivo a mais para continuar lutando. "Em novembro do ano passado, me inscrevi em um concurso de escrita de uma editora e fui a vencedora. Hoje tenho dois livros prontos ainda não publicados."

Outra boa notícia é que, no fim de maio, Laura recebeu uma proposta para voltar a trabalhar. "Minha meta é retornar aos atendimentos aos poucos. Como estou há mais de dois anos sem clinicar, sei que vai ser difícil conseguir pacientes, mas estou motivada", diz.

Sobre a receita para não se deixar abater, ela não pensa duas vezes. "Bom humor. Seria fácil ficar reclamando e desistir de tudo, mas não sou assim. Gosto muito de mim, tenho uma família maravilhosa e ótimos amigos. Não desisto do meu corpo. Quero viver intensamente."

Serviço:

Laura pretende prestar apoio psicológico a pessoas que passaram por uma situação semelhante a sua. Para entrar em contato, o e-mail é laura_rrodrigues@hotmail.com

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