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Exposição

Confira a quantidade de radiação emitida por alguns dos exames mais comuns e a quanto de radiação ambiente (luz do sol) ela equivale:

• Densitometria óssea e radiografia de extremidade (como braço): 0,001 mSv*/ um dia

• Cintilografia óssea: 0,05 mSv/ seis dias

• Radiografia do tórax: 0,1 mSv/ 10 dias

• Mamografia: 0,7 mSv/ 3 meses

• Tomografia computadorizada do abdôme: 10 a 14 mSv/ 4 anos

• Referência: o risco de câncer aumenta com a exposição cumulativa a mais de 40 mSv.*milisieverts

Fonte: Congresso Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR)

Desde as primeiras descobertas sobre a radioatividade pelos franceses Henri Becquerel, Pierre e Marie Curie, no fim do século 19 e início do 20, têm sido inúmeras as aplicações de equipamentos de raio X na Medicina, beneficiando milhões de pessoas. Por meio de tal técnica, o paciente não precisa se submeter a procedimentos invasivos para que o médico faça o diagnóstico de uma lesão, como um traumatismo craniano, ou detecte uma doença em fase pré-sintomática, caso do câncer de mama. Mas estudos que vêm sendo publicados com cada vez mais frequência sobre a tomografia computadorizada (TC) mostram que é preciso ter cautela, principalmente em relação às crianças.

Um dos estudos, publicado pelo British Medical Association Journal (BMJ), com 10,9 milhões de pacientes nascidos entre 1985 e 2005, analisou os índices de câncer entre crianças e jovens de zero a 19 anos que se submeteram a uma TC e os comparou com pessoas da mesma faixa etária que nunca se submeteram ao procedimento. Os achados surpreenderam os estudiosos: indivíduos entre 10 e 17 anos que fizeram uma tomografia tiveram 24% mais chances de desenvolver um tumor do que os que não fizeram. Os índices mais preocupantes foram em relação ao que fizeram o exame antes dos 5 anos de idade, pois neste caso a chance de desenvolver um tumor, a maioria de cérebro, era 35% maior em relação a quem fez o exame depois dessa idade.

Uma das autoras da pesquisa, a professora de Radiologia e Imagens Biomédicas da Uni­­versidade da California (EUA) Rebbeca Smith-Bindman afirmou que os números alertam para o fato de que há cada vez mais médicos que pedem o exame sem necessidade, geralmente pressionados por pais que exigem uma TC ou um raio X. "É frequentemente mais fácil para um médico pedir um exame de imagens do que passar mais tempo com o paciente discutindo seus sintomas para determinar se o exame é realmente necessário", disse.

Neste caso, os autores sugeriram que outras medidas poderiam ser adotadas, como o exame de ultras­som, que na maior parte das vezes pode substituir sem problemas a TC, ao mesmo tempo em que não emite radiação. Os mesmos pesquisadores afirmam, no entanto, que a discussão deve continuar a ocorrer, já que o estudo irá se prolongar. É importante notar, afirmam, que já há equipamentos com doses de radiação 50% menores do que há uma década e que os resultados obtidos a partir de dados colhidos no futuro permitirão avaliar se a otimização das doses feita hoje influenciará positivamente nos números mais adiante, fazendo com que decresçam.

Preocupação

Quanto mais jovem o paciente, maior o risco

O receio dos pais após a queda do filho pequeno é compreensível e, quando o trauma foi forte e a criança se queixa de dores ou desconforto, é preciso realizar um exame o mais rápido possível. No entanto, é preciso estar ciente de que a medida só deve ser tomada após uma conversa franca com o médico, que deve ser informado sobre todos os aspectos que envolvam o acidente. Isso porque há uma peculiaridade que deve ser observada no caso de pacientes dessa faixa etária. "O efeito da radiação é cumulativo. Logo, quanto mais jovem a pessoa se expuser a ela, mais tempo terá para vir a desenvolver um tumor", explica o presidente da Sociedade de Radiologia do Paraná, Heraldo de Oliveira Mello Neto.

De acordo com o radiologista, é preciso haver cautela antes do pedido por um exame – seja a mamografia, a tomografia computadorizada, exames de cateterismo por contraste ou exames de medicina nuclerar –, que, quando bem indicados, são benéficos. "Os benefícios são sempre maiores do que os riscos, como tudo na Medicina. A diferença entre o benefício e o prejuízo, como no caso da prescrição de um remédio, é a dose."

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