Anos depois de despertar elogios no cenário internacional e ser apontado como modelo, o programa de DST/Aids brasileiro foi criticado por publicação do próprio governo. Documento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Secretaria de Assuntos Estratégicos, integrante do projeto Saúde Brasil 2030, afirma que o programa "arrefeceu". O documento, que faz parte do projeto Saúde Brasil 2030, recomenda: "É preciso correção de rumos do programa."
A publicação indica que o atendimento de pacientes de aids agora é feito em serviços superlotados, o número de novas infecções não baixa e grande número de pacientes recebe um diagnóstico tardio da infecção. "Ao contrário do que se tem observado em outros países que também instituíram programas de acesso universal ao tratamento e têm observado queda na incidência de novas infecções, o Brasil não tem conseguido diminuir a incidência do HIV/Aids", avalia o documento.
A publicação condensa textos de 37 especialistas, reunidos com a tarefa de fazer diagnósticos de problemas enfrentados na área de saúde e as perspectivas para os próximos 20 anos. "Procuramos retirar todo o viés político da análise", afirma José Carvalho de Noronha, que organizou o documento.
Para o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa - e um dos colaboradores da publicação - , os dados estão desatualizados. "O documento afirma que a epidemia está estacionada em níveis elevados. Nos últimos três anos, passamos a assistir uma tendência de redução", afirmou. Ele reconheceu que parte dos serviços de atendimento está superlotado - o que, para ele, é resultado da eficácia do programa. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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