O H1N1 é "um vírus de extremos" que tende a causar muito mais mortes nos países pobres do que nos ricos, afirmou a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, nesta terça-feira.
Chan afirmou que o vírus da gripe pandêmica causa sintomas leves na maior parte dos pacientes e a grande maioria deles se recupera por completo dentro de uma semana e sem tratamento médico.
Mas ela advertiu que o pequeno subgrupo de pacientes que desenvolve doença grave com a cepa da "gripe suína" precisa de cuidado intensivo e muito especializado para sobreviver à infecção.
"Do ponto de vista clínico, esse é um vírus de extremos. Não parece haver um meio termo", disse ela em um encontro regional da OMS em Copenhague, na Dinamarca, de acordo com o texto de suas declarações.
Grávidas, diabéticos e pessoas com o sistema imune debilitado são os mais vulneráveis a infecção severa provocada pelo H1N1, que foi descoberto na América do Norte em abril e declarado pandemia global em junho.
Chan afirmou que tais pacientes "estarão em grande perigo" nos países com falta de hospitais adequados, médicos, enfermeiros, antivirais, vacinas e água limpa.
"O mesmo vírus que causa um transtorno controlável nos países ricos quase certamente terá um impacto devastador em países com pouquíssimas equipes e instalações de saúde, sem suprimentos regulares de medicamentos essenciais, pequena capacidade de diagnóstico e laboratorial e vastas populações sem acesso a água limpa e saneamento básico", disse ela.
"Para essas populações, recomendações como lavar as mãos, ligar para o seu médico ou correr para o pronto-socorro terão pouco significado", salientou a ex-diretora de Saúde de Hong Kong.
Essas diretrizes dominaram a resposta oficial ao H1N1 nos países ricos, onde as autoridades têm estado vigilantes para infecções graves e indicado o fechamento de escolas como forma de reduzir a transmissão do vírus.
A OMS estimou que 2 bilhões de pessoas deverão pegar a nova gripe e os governos em todo o mundo se esforçam para garantir o acesso às vacinas em desenvolvimento por laboratórios farmacêuticos como Novartis, GlaxoSmithKline, Sanofi-Aventis e Solvay.
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