Os hormônios sexuais masculinos podem justificar o fato de os homens viverem menos do que as mulheres, aponta um estudo publicado nesta segunda-feira (24/09) na revista "Current Biology", o qual prova que os eunucos da corte imperial coreana viviam muito mais que seus congêneres.
Os cientistas coreanos Kyung-Jin Min e Cheol-Koo Lee chegaram a essa conclusão após analisarem os arquivos genealógicos da corte imperial da dinastia Chosun (1392-1910) e comprovar que os eunucos viviam entre 14 e 19 anos a mais do que os homens que não haviam sido castrados.
"O descobrimento apresenta uma importante pista para entendermos essa diferença na expectativa de vida de uma mulher e de um homem", afirmou o biólogo Kyung, da Universidade de Inha, um dos autores do estudo.
Os 81 eunucos estudados eram submetidos voluntariamente à castração para terem acesso ao palácio, onde eles possuíam permissão para formar uma família com meninos castrados e meninas.
Além dos eunucos viverem entre 14 e 19 anos a mais que os demais homens, três deles (entre os estudados) chegaram a superar os 100 anos e por isso a incidência de centenários entre os eunucos coreanos era 130 vezes maior do que a média atual nos países desenvolvidos, ressaltou Cheol, da Universidade de Coreia.
Segundo o professor, esse fato não pode ser justificado simplesmente pela qualidade de vida que eles levavam no palácio, já que a maioria dos eunucos passava tanto tempo fora como dentro desse recinto.
De fato, os reis e rapazes da família real tinham vidas mais curtas e, normalmente, não passavam dos 40 anos, segundo o estudo, que recomenda que os homens precisam se afastar do estresse e aprender mais com as mulheres para serem saudáveis e viverem mais.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres atualmente vivem de seis a oito anos a mais que os homens nos países industrializados.