Postos sem filas
A procura pela vacina contra a gripe A (H1N1) nas unidades básicas de saúde de Curitiba foi tranquila ontem. Em quatro postos visitados pela manhã Novo Mundo, Santa Quitéria, Santa Cândida e Ouvidor Pardinho, as doses estavam disponíveis e havia pouca fila.
O desembargador Vilson Darós, do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), suspendeu ontem a liminar que determinava a vacinação de toda a população do Paraná contra o vírus da gripe A (H1N1). De acordo com o magistrado, a imunização em massa comprometeria a campanha previamente definida pelo Ministério da Saúde (MS) por não haver doses suficientes. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que fica suspenso o calendário de vacinação, que incluía pessoas de todas as idades, anunciado há dez dias.
A aplicação das vacinas em toda a população havia sido determinada em 12 de abril pela 2.ª Vara Federal de Curitiba, atendendo ao pedido do Ministério Público Federal (MPF). Na decisão, o juiz Marcus Holz argumentou que o Sul do país é mais suscetível à incidência do vírus, pelas condições climáticas, e por isso deveria ser garantida a vacinação de toda a população, independentemente da idade e da preexistência de doenças.
A União recorreu ao TRF4, argumentando que a política de combate à gripe A foi formulada seguindo metas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). "Corre-se o risco, repito, de causar grave dano à ordem pública, pois determina a inclusão de novos grupos da população sem a correspondente avaliação do potencial risco de adoecerem e, fundamentalmente, sem contar com doses suficientes para atendê-los, pois deverão disputar o quantitativo disponível com os integrantes do grupo de risco", afirmou o desembargador no despacho.
Novo calendário
No último dia 23, a Sesa, em cumprimento da liminar, anunciou um novo calendário de vacinação, incluindo a população que não faz parte dos grupos prioritários. Segundo o secretário Carlos Moreira Junior, a aplicação dependia da compra das vacinas pelo Ministério da Saúde. Agora, o Paraná pleiteia as doses que sobrarem de outros estados. "Vamos esperar até o próximo dia 15, quando termina oficialmente a campanha nacional, e tentar remanejar o que sobrar de doses de outros estados para o Paraná", disse o secretário.
No ano passado, o Paraná concentrou a maioria dos casos confirmados da doença no país. Foram mais de 60 mil casos e 288 mortes. Até agora, foram imunizados 3 milhões de paranaenses, segundo Moreira. A meta é vacinar 5 milhões de pessoas. Caso o Paraná consiga doses extras, serão imunizadas crianças e jovens de 2 a 19 anos.
A Procuradoria Regional do Ministério Público Federal disse que não foi notificada oficialmente da decisão; por isso, não poderia afirmar se vai recorrer da decisão.
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