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| Foto: Ilustração: Benett

Bebê de fases

Confira qual tipo de comida o bebê deve ingerir em cada fase da vida:

0 ao 6.º mês – Apenas leite materno, que possui todas as fontes de nutrientes de que o bebê precisa

6.° ao 7.° mês – Leite materno e papinha de frutas, como maçã, banana e mamão.

*Nesta fase, o bebê ainda não come muito. Se ele aceitar entre duas a quatro colheres pequenas, é preciso complementar com uma mamada. Entre 12 e 15 colheradas, já possível dispensar a mamada da vez.

7.° ao 12.° mês – Papinha principal, que deve conter vários grupos de alimentos: carboidratos, proteínas, ferro e lipídios. O cardápio deve conter, por exemplo, macarrão ou arroz; feijão; um tipo de legume e outro de verdura, além de carne cozida (frango, peixe, gado ou porco) e, no final, é preciso acrescentar um fio de óleo cru, para que o bebê consuma uma fonte de ácidos graxos. Os alimentos não devem ser misturados, para que ele se acostume às diferentes texturas.

*É preciso cozinhar todos separadamente e amassá-los com um garfo. Não use mixer ou liquidificador, pois isso deixa os alimentos muito pastosos. É preciso conservar a textura para incentivar o bebê a mastigar. O ovo cozido está liberado a partir dessa fase.

12.° mês em diante – O bebê pode comer o que todos da casa comem, mas deve evitar sódio até o primeiro ano de vida, assim como o leite de vaca, terminantemente proibido antes dos 12 meses. O açúcar está liberado a partir do 2.º ano.

* Sucos e chás: devem ser evitados antes do 7.° mês de vida. A partir daí, devem ser consumidos com moderação para evitar que o bebê consuma muita frutose. O ideal é que ele tome 150 ml por dia – 75 ml após o almoço e 75 ml após o jantar.

Fontes: Mirella Neves Almeida, nutricionista do Hospital Pequeno Príncipe; Aristides Schier da Cruz, membro do Departamento de Gastroenterologia Pediátrica da Sociedade Paranaense de Pediatria; Marjorie Feliz, pediatra e neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Brígida.

Mamar no peito é suficiente. Esta é a recomendação de pediatras em relação à alimentação dos bebês com menos de seis meses – e que não é seguida à risca por muitos pais. Um estudo divulgado em março pelo jornal Pediatrics com 1.334 mães norte-americanas mostrou que 40% delas alimentam os filhos com comida sólida antes dos quatro meses, e 9% delas, quando o filho completa o primeiro mês de vida, o que gerou alerta das autoridades de saúde do país. Por 20 anos, a idade mínima para se iniciar a alimentação sólida era aos quatro meses, mas em 2012, a Academia Americana de Pediatria aumentou a faixa etária mínima para seis meses.

No Brasil, a situação parece ser menos grave, mas ainda há mães que, mesmo que não deixem de amamentar os filhos, costumam iniciar essa alimentação antes do recomendado. "A situação melhorou bastante. Hoje, 70% dos bebês que chegam aos seis meses estão sendo amamentados, sendo que há 20 anos essa taxa não passava de 30%. Mas ainda há mães que dão alimentos complementares para o bebê antes mesmo dos quatro meses", afirma o médico pediatra e membro do Departamento de Gastroenterologia Pediátrica da Sociedade Paranaense de Pediatria Aristides Schier da Cruz.

Antes do seis meses, as crianças não estão preparadas para receber essa alimentação, de acordo com a pediatra e neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Brígida, em Curitiba, Marjorie Feliz. "Aos seis meses, o bebê já senta, entende um pouco mais o mundo ao redor, alcança e segura a colher. Antes disso, ele ainda não está preparado para comer, tanto do ponto de vista neurológico quanto fisiológico, emocional e psicológico", alerta a médica. Como consequência, além do risco de possíveis danos ao aparelho digestório, a criança também pode associar essa experiência a algo negativo.

Falsa impressão

De acordo com a nutricionista do Hospital Pequeno Príncipe Mirella Neves Almeida, muitas mães iniciam essa alimentação antes do recomendado porque têm a falsa impressão de que o leite materno não é suficiente. "Elas acham que a criança não está sendo sustentada, que pode passar fome, que a alimentação sólida ajuda o bebê a dormir melhor, o que não é verdade. O leite contém tudo aquilo de que a criança precisa, além de fortalecer a imunidade dela. E a alimentação antes dos seis meses pode predispor à alergia alimentar", explica Mirella.

E os líquidos?

Água, chá, suco natural e leite de vaca não devem substituir amamentação

Não são apenas os alimentos sólidos que não são recomendados antes dos seis meses. Os líquidos também devem ser evitados – água, chá, suco natural e, muito importante, o leite de vaca. Isso porque o leite materno é o único alimento de que a criança precisa, e também porque seu sistema digestório não está preparado para comportar e processar esses líquidos. No caso dos sucos naturais, por exemplo, em relação aos quais as mães imaginam que não há qualquer contraindicação, o cuidado vem da grande quantidade de açúcar (frutose)presente nas frutas.

Após essa fase, a nutricionista Mirella Neves Almeida recomenda que se tome no máximo 150 ml de suco por dia, sendo metade após o almoço e a outra metade após o jantar. Sempre que possível, é melhor evitar os sucos e preferir a fruta. "Assim, o bebê também consome fibras, além de a fruta possuir mais vitamina C, que ajuda na absorção de ferro", explica Mirella.

Em relação especificamente ao leite vaca, é obrigatório bani-lo totalmente das refeições até os 12 meses, assim como seus derivados. No caso de a mãe precisar desmamar o filho antes dessa idade, o recomendado é que ele seja alimentado com uma fórmula infantil, adequada a cada faixa etária – 1 para os bebês de 0 a 6 meses, e 2 para os entre 6 e 12 meses. O ideal é que o bebê tome duas porções por dia, de 200 ml cada.

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