Maringá - O Centro Cultural Indígena (CCI), casa de apoio mantida pela ONG Associação Indigenista de Maringá (Assindi), conseguiu com a Secretaria Municipal de Saúde a cessão de 60 doses da vacina contra a gripe suína para seus internos. Até segunda-feira, a direção da entidade não havia recebido orientações sobre a imunização dos índios hóspedes, e em princípio as doses destinadas ao município seriam apenas para os profissionais da saúde.
Segundo Darci Dias de Souza, diretora da unidade, os estudantes e suas famílias corriam risco de não receber as vacinas, pois não devem voltar logo para suas aldeias. Ontem, o município fechou acordo com a Assindi e a distribuição começa hoje. "Falta acertar se vão trazer aqui ou se os índios terão de ir à secretaria", disse Darci.
São cerca de 30 estudantes, mas a preocupação era com outros 30 artesãos que estão na cidade. A orientação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) é para que os indígenas sejam imunizados nas localidades de origem, mas, de acordo com Darci, os índios que estão atualmente em Maringá só devem retornar para suas casas depois do dia 19, data em que se encerra a primeira etapa da campanha. Os índios artesãos, segundo ela, viajam de suas aldeias para outras cidades para vender produtos.
Distribuição
As doses que foram para a 15.ª Regional de Saúde estavam destinadas exclusivamente para os profissionais de saúde, e não deveriam atender aos indígenas. "Como a região não tem população indígena oficial, não temos vacina para eles. A prioridade em Maringá é para os trabalhadores da saúde", disse Inês Imamura, coordenadora do setor de imunização da 15.ª Regional, em Maringá.
Para Paulo Santos Camargo, chefe do distrito sanitário especial indígena da Funasa, a situação de índios em perímetro urbano ainda está sendo analisada. O Ministério da Saúde decidiu que na primeira etapa da campanha haveria a imunização de funcionários da saúde e índios dentro das aldeias, responsabilidade que cabe à Funasa. Sobre os demais, a responsabilidade de acompanhamento é da Fundação Nacional do Índio (Funai), cuja atuação no estado foi prejudicada com uma reestruturação promovida pelo governo federal.
A orientação é que os indígenas que ficarem sem a vacina nessa primeira etapa busquem a imunização das fases seguintes da campanha. "Em Maringá há muitos estudantes, mas eles vão pegar a vacinação nas suas faixas etárias", disse Camargo. Segundo ele, durante o último surto de gripe A as comunidades mais atingidas foram Mangueirinha, no município de Guarapuava, e Ivaí, em Manoel Ribas. Contudo, a média de contágio dos indígenas pela nova gripe ficou abaixo do restante da população.
Escola
Em São Miguel do Iguaçu, a 45 quilômetros de Foz do Iguaçu, os funcionários da saúde foram até a escola da Aldeia Ocoy ontem para aplicar a vacina nos estudantes. Segundo a técnica administrativa do colégio, Delmira de Almeida Peres, a adesão da população local está sendo boa. A escola tem 239 alunos.
De acordo com a Secretaria de Saúde de São Miguel do Iguaçu, 650 doses foram enviadas à aldeia, onde vivem cerca de 620 índios avá-guarani. No ano passado, não houve casos de gripe A na tribo, que ocupa 231 hectares às margens do Lago de Itaipu. A vacinação na aldeia, onde há um posto de saúde, começou na segunda-feira.
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