Brasília No Dia Mundial da Psoríase, lembrado nesta segunda-feira (29/10), campanha coordenada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia tenta conscientizar as pessoas de que a doença não é contagiosa e pede o fim do preconceito. O movimento conta com o apoio de associações de pacientes em diversos estados, como Rio de Janeiro e São Paulo.
Em entrevista à Agência Brasil, a coordenadora nacional da campanha, Luna Azulay, explicou que a psoríase é uma doença inflamatória que provoca placas vermelhas com descamação. Os primeiros sinais se manifestam em torno dos 20 anos e afetam regiões como cotovelos e couro cabeludo.
"É uma doença crônica, mas esse fato nunca vai tirar a esperança de ninguém e não quer dizer que a pessoa tem que ficar cheia de lesão o tempo inteiro. Ela pode ficar sem nada. Tenho pacientes que já foram internados oito vezes e, hoje em dia, não têm nada vão ao ambulatório apenas para controle", explicou.
Luna lembrou que a psoríase ainda não tem cura e pode, ao longo da vida do paciente, apresentar momentos de melhora e piora. Além da pele e do couro cabeludo, a inflamação também afeta unhas e articulações. Os sinais, muitas vezes, são confundidos com micoses e dermatites, e os remédios para esses tipos de doença podem provocar uma piora no quadro de psoríase. O importante, segundo a médica, é que o tratamento correto seja seguido à risca.
"Existe muito preconceito porque o aspecto da pele não é agradável. Os pacientes sofrem quando entram em ônibus e trens. Ainda existem concursos públicos que [no edital] dizem que pessoas com psoríase não devem se candidatar", destacou.
Estimativas da Sociedade Brasileira de Dermatologia indicam que cerca de 3% dos brasileiros tenham psoríase. Em outubro, portarias publicadas no Diário Oficial da União ampliaram a lista de medicamentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para pacientes com a doença. O clobetasol passou a ser uma nova opção de tratamento para pacientes com psoríase moderada (que tenham mais de 10% da pele comprometida) e será ofertado em duas formas: pomada e xampu.
Algumas secretarias estaduais de Saúde, de acordo com a pasta, disponibilizam mais quatro remédios para o tratamento tópico da psoríase: dexametasona, ácido salicílico, alcatrão e calcipotriol, que agem na melhora das lesões cutâneas. Para os casos mais graves da doença (artrite psoriásica), o SUS oferta sete opções de tratamento (adalimumabe, etanercepte, infliximabe, ciclosporina, metotrexato, sulfassalazina e leflunomida), em 13 diferentes apresentações.
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