Contaminação
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisou, no ano passado, o teor de contaminação por agrotóxicos de 17 alimentos. Conheça os mais afetados e o índice de contaminação dos lotes analisados:
1º Pimentão - 64,36%
2º Morango - 36,05%
3º Uva - 32,67%
4º Cenoura - 30,39%
5º Alface - 19,80%
6º Tomate - 18,27%
7º Mamão - 17,31%
8º Laranja - 14,85%
9º Abacaxi - 9,47%
10º Repolho - 8,82%
Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A presença de resíduos químicos pode tornar o consumo de frutas e verduras prejudicial à saúde. Mas não há motivo para eliminá-las da dieta: cuidados simples na escolha e no preparo garantem alimentos com menos riscos.
O primeiro passo é conhecer o teor de contaminação de cada alimento. De acordo com estudo recente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o campeão é o pimentão, seguido do morango, da uva e da cenoura. O tomate, outrora recordista no uso de agrotóxicos, aparece em sexto lugar, entre 17 produtos avaliados.
Por isso é fundamental comprar com critério e atenção. "Prefira frutas e verduras da época, com tamanho, aparência e maturação proporcional ao produto nesse período do ano", orienta a nutricionista Fabiane Savi Tomasiak, coordenadora da pós-graduação em Vigilância Sanitária e Controle de Qualidade Aplicados à Produção de Alimentos, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Outra dica importante é lavar bem os alimentos antes de consumi-los, com água pura em abundância, como explica Sônia Stertz, pesquisadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e presidente da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos Regional Paraná (SBCTA-PR). "Pode-se usar também detergentes, mas com o cuidado de não exceder e provocar outra contaminação", diz.
Colocar as frutas e verduras de molho é uma estratégia que nem sempre funciona. "Deixar os alimentos em água, de molho, só terá efeito se ela for trocada várias vezes, porque deixar o alimento por muitos minutos no mesmo líquido já contaminado não trará benefícios", alerta Fabiane.
Orgânicos x hidropônicos
Embora sejam confundidos por muitos consumidores, os alimentos orgânicos e hidropônicos estão em pólos opostos quando o assunto é a presença de agrotóxicos. Os primeiros cultivados sem o uso de produtos químicos apresentam os menores índices de contaminação, enquanto os segundos cuja característica é a produção em água são os recordistas no acúmulo de venenos.
Em sua tese de doutorado, a pesquisadora Sônia Stertz comparou o teor de contaminação de 100 amostras de frutas e verduras convencionais, orgânicas e hidropônicas.
A conclusão foi que 9,68% dos alimentos orgânicos tinham resquícios de agrotóxicos, contra 33,87% dos convencionais e 41,18% dos hidropônicos. Diante do resultado, Sônia orienta os consumidores a, sempre que possível, optar pelos orgânicos, ainda que estes sejam mais caros. "Os hidropônicos devem ser evitados, eles são produzidos em estufas de alta temperatura e com muita umidade, um ambiente propício ao desenvolvimento de fungos. Logo, o produtor é obrigado a trabalhar com mais fungicida e o alimento fica mais contaminado."
Para ter certeza de que está comprando um alimento orgânico, o consumidor deve observar a embalagem, que deve conter um selo de certificação.
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Como escapar dos agrotóxicos
- Escolha produtos orgânicos, que têm teor de contaminação menor que os alimentos convencionais.
- Procure frutas e verduras da estação, que crescem sem precisar de doses excessivas de adubo e de agrotóxicos.
- Quando consumir folhas verdes, descarte as folhas externas, mais expostas aos venenos.
- No caso de frutas com casca, como pêssego e maçã, coma-as sem a casca, na qual se concentra a maior parte dos agrotóxicos usados no plantio.
- Em relação a alimentos que não podem ser descascados, como uva e morango, lave-os com água pura em abundância.
- Se deixar o alimento em molho, troque a água diversas vezes.
- O uso de produtos à base de hipoclorito, como a água sanitária, elimina apenas a contaminação microbiológica; isto é, aquela provocada por organismos vivos, como fungos e bactérias.
- Consuma a maior variedade possível de frutas e verduras, o que não deixa o organismo exposto sempre aos mesmos produtos químicos.
Fontes: Sônia Stertz, pesquisadora da UFPR e presidente da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos Regional Paraná (SBCTA-PR). Nutricionista Fabiane Savi Tomasiak, coordenadora da Pós-Graduação em Vigilância Sanitária e Controle de Qualidade Aplicados à Produção de Alimentos da PUCPR.
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