Entidades médicas defendem que toda a população seja vacinada
Fernanda Leitóles, com informações de Bruna Maestri Walter
Entidades de saúde também defenderam que a vacinação contra a gripe A H1N1 seja ampliada para toda a população e que nenhum grupo seja priorizado. O anúncio foi feito em uma reunião de profissionais da área de saúde na sede da Associação Médica do Paraná (AMP), na tarde desta segunda-feira (15). Além de representantes da AMP, participaram da reunião membros das secretarias de saúde do estado e do município de Curitiba, do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) e das sociedades paranaenses de Infectologia, Pediatria e Pneumologia.
De acordo com o presidente da AMP, José Fernando Macedo, a vacina é o único meio de impedir a transmissibilidade da nova gripe e, consequentemente, de um novo surto da pandemia. Macedo salientou ainda que a vacina não representa riscos à população, e que todos deve ser imunizados. "O Paraná foi o estado em que houve o maior número de mortes. Então deve receber mais vacinas", argumentou Macedo.
O presidente da AMP disse ainda que a medicação que combate a gripe A H1N1 antiviral e vacina deve ser comercializada nas farmácias com prescrição médica. "Se os medicamentos forem vendidos nas farmácias, as pessoas poderão se tratar antes das primeiras 48 horas da doença", afirmou.
Macedo destacou ainda que os médicos continuarão a fazer o diagnóstico da doença, e - se necessário - irão receitar o antiviral, por exemplo. Sendo assim, não haverá venda desenfreada da medicação.
Informações sobre a nova gripe
As instituições defenderam ainda que todas as entidades envolvidas no combate à doença tenham um posicionamento único sobre os temas que envolvem a nova gripe, como por exemplo, a suspensão das aulas. O objetivo é de que não haja disseminação de informações erradas à população.
Doentes crônicos não precisam de atestado para serem vacinados
A população que for imunizada contra a gripe A H1N1 precisa ficar apenas 48 horas sem doar sangue. A nova recomendação do Ministério da Saúde foi divulgada na sexta-feira (12) e vale para todo o país. A medida foi anunciada durante a reunião de entidades médicas do Paraná que ocorreu na tarde desta segunda-feira (15).
De acordo com o presidente da Associação Médica do Paraná, José Fernando Macedo, o novo procedimento foi adotado porque estudos internacionais apontavam que não havia necessidade de se esperar um prazo maior para fazer a doação. Anteriormente, a orientação era de que - após tomar a vacina - seria preciso esperar 30 dias para voltar a doar sangue.
Para o infectologista Alceu Fontana Pacheco Júnior, presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia, o prazo de 48 horas ainda é exagerado, uma vez que a vacina não representa nenhum risco para quem recebe a transfusão de sangue.
O infectologista explicou que a vacina da gripe A é feita a partir do vírus morto. Por isso não há como haver transmissibilidade. "A prevenção deve ser adotada nos casos em que a vacina é produzida com o vírus vivo como no caso da febre amarela -, o que não se aplica à vacina da gripe A", afirmou Pacheco Júnior.
Já a chefe da assessoria de suporte ao usuário do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), Nely Coimbra, disse que o novo prazo de inaptidão dos doadores de sangue foi uma boa notícia, porém, a preocupação com estoques continua.
Isso porque no auge da gripe A no estado em 2009 entre junho e agosto houve redução de 40% no número de doações. "A redução do período de inaptidão é um "problema a menos" para o Hemepar. Mas, mantemos o apelo para que a população doe sangue. Essa ação solidária deve ocorrer também no inverno, pois os acidentes e cirurgias não deixam de acontecer nesse período", ressaltou.
Doentes crônicos
Pessoas com doenças crônicas não precisarão apresentar atestado médico para receber a vacina contra a gripe A. Essas pacientes terão que explicar o problema e então serão imunizados, segundo informações do telejornal Paraná TV.
Mortes
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgou o segundo Boletim Epidemiológico da gripe A H1N1 de 2010 nesta segunda-feira (15). Nesse ano sete mortes foram confirmadas por causa da doença no estado. Dois novos óbitos e 459 novos casos foram registrados no segundo boletim de 2010 da Sesa.
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