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Terapias

Não é mais preciso sofrer com efeitos da menopausa

Da reposição hormonal à prática de exercícios e mudança de hábitos alimentares, mulheres têm vários recursos para deixar de penar neste período da vida

Elizete Hildebrando só começou a se sentir melhor com a prática de diferentes tipos de terapia | Priscila Forone/Gazeta do Povo
Elizete Hildebrando só começou a se sentir melhor com a prática de diferentes tipos de terapia (Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo)

Nos últimos anos, a terapia de reposição hormonal para as mulheres já foi considerada salvadora e vilã. Hoje em dia, já se sabe que o tratamento pode ser muito benéfico no combate aos sintomas da menopausa, desde que realizado precocemente e de forma individualizada.

Quando as mulheres entram na menopausa, os ovários param de funcionar, deixando de produzir os hormônios estrogênio e progesterona. A falta do estrogênio é a grande responsável pelas ondas de calor, os suores noturnos, a insônia, a irritabilidade, a falta de libido e os lapsos de atenção e memória, comuns durante esse período. A diminuição do estrogênio também aumenta as chances de a mulher desenvolver problemas cardíacos, câncer de cólon e osteoporose.

Quando ocorre a reposição deste hormônio – e de outros como os progestagênios e os androgênios – os sintomas são amenizados e o organismo fica protegido de doenças cardiovasculares, neurológicas e até cognitivas. Porém nem todas as mulheres podem contar com a terapia de reposição. A Associação Brasileira do Climatério (Sobrac) recomenda que o médico verifique se a paciente possui antecedentes ou riscos elevados de tromboembolia, câncer de mama, câncer de endométrio e alterações hepáticas. As mulheres que apresentam esse histórico não devem iniciar o tratamento com hormônios, que pode aumentar as chances de desenvolver essas doenças.

Mas existem outras alternativas que amenizam os efeitos físicos e emocionais da menopausa. Medicamentos como o raloxifeno e o tibolona, por exemplo, imitam as qualidades do estrogênio, sem comprometer regiões de risco como as mamas e o endométrio. São indicados para quem quer se proteger da osteoporose e das doenças cardiovasculares, mas não diminuem os fogachos e os suores noturnos.

Os inibidores de serotonina – fluoxetina, sertralina e paroxetina –, por sua vez, equilibram os níveis dos neurotransmissores e previnem a depressão, mas os seus benefícios são limitados. Terapias naturais como os fitohormônios, os sistemas florais quânticos e a homeopatia também são opções seguras e eficientes, como explica a ginecologista e homeopata Cláudia Mara Abdala. "Os florais promovem o equilíbrio das células e trabalham para potencializar os efeitos de outras terapias, como a acupuntura e a homeopatia. Já os fitohormônios, medicamentos à base de plantas, são eficientes porque agem no organismo da mesma forma que o estrogênio e a progesterona, diminuindo os calores, a ansiedade, a depressão e melhorando a libido", ressalta. O ideal, como orienta a médica, é associar diferentes terapias em busca de melhores resultados.

Mudança de hábitos

Nenhum tratamento, entretanto, será totalmente eficaz se a mulher não der atenção aos seus hábitos de vida. Uma dieta equilibrada e a prática de atividades físicas têm grande poder de diminuir os incômodos efeitos do climatério.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) constatou que a prática regular de atividade física pode ser mais eficiente em melhorar a qualidade de vida de mulheres na menopausa do que o tratamento de reposição hormonal. De acordo com Cláudia Mara Abdala, os exercícios são tão benéficos porque liberam endorfina, neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar.

A secretária aposentada Elizete Hildebrando, 56 anos, sofreu muito com a chegada da menopausa. Chegou a fazer tratamento hormonal, mas só começou a se sentir melhor com a prática de diferentes modalidades. "Hoje em dia pratico ioga, musculação, spinning e participo das aulas de maturidade. Os calores diminuíram, tenho muita disposição e a uma ótima imunidade", conta.

A aula de maturidade tem como principal objetivo despertar a consciência corporal das mulheres. "Praticamos exercícios que aumentam a amplitude articular, alongam e fortalecem todos os músculos, principalmente a região pélvica, que se enfraquece quando há a retirada do útero e dos ovários", explica a professora de Educação Física Márcia de Moura Takai, da Academia Gustavo Borges.

Prato cheio

A inclusão de alguns alimentos na dieta também pode fazer maravilhas à saúde das mulheres que enfrentam a menopausa. "Alguns chás, como o da folha da amora, é rico em cálcio, vitamina C, E e potássio. O alho também é muito bom contra o envelhecimento cerebral, sem falar na soja, que promove o equilíbrio hormonal", enumera a ginecologista Cláudia Abdala.

Alimentos com ação estrogênica, entre eles gergelim, milho, linhaça, alfafa e brócolis também devem ser consumidos com regularidade. Já o inhame supre a falta de progesterona. "É importante lembrar das nozes e amêndoas, das sementes de girassol e abóbora, do azeite de oliva e dos cereais integrais, que reduzem o colesterol, regulam o intestino e previnem o câncer e a diabete."

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