Incidência da doença aumentou quatro vezes nos últimos três anos.| Foto: /Bigstock.

O diagnóstico de câncer da tireoide vai mudar. No começo deste mês, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia divulgou novo posicionamento sobre a classificação da variante folicular do carcinoma papilífero de tireoide não invasivo e encapsulado (EFVPTCs).

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O nome longo serve para definir o segundo tipo mais comum de tumor da tireoide, que a partir de agora não passa mais a ser classificado como câncer. Com a decisão, também muda a nomenclatura desse tipo de nódulo. Agora, eles passam a ser chamados de neoplasia tireoide folicular não invasiva com aspectos nucleares de semelhança papilífera.

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A mudança não fica apenas na nomenclatura. A forma de tratamento desse nódulo também será alterada. “Nesses casos, a recomendação agora é para que seja feito acompanhamento anual, com a realização de ecografia, para avaliar se houve crescimento do nódulo. Não sendo mais necessário, logo de cara, tratamento tradicional para câncer, com cirurgia e radioiodo”, explica a médica Gisah Amaral, presidente do departamento de Tireoide da Sociedade de Endocrinologia e Metabologia.

Essa nova diretriz endossa o entendimento da American Thyroid Association, que, depois de acompanhar pacientes ao longo de décadas, constatou o baixo potencial de malignidade desse tipo de tumor, sendo o tratamento tradicional muito mais prejudicial à saúde do paciente que a permanência do nódulo.

Auto-exames

O auto-exame da tireoide é uma forma de detectar se há algo errado com a glândula. Para tanto, você só precisa de um copo d’ água e um espelho. Em frente ao espelho, beba um gole com o pescoço inclinado para trás e focalizando bem a área. Neste momento, observe se existe alguma saliência na tireoide, que sobe e desce no momento em que você engole.

“[Eles] são frequentemente excessivamente tratados, levando a um aumento do potencial de morbidade, stress emocional e psicológico e aumento dos custos financeiros e no sistema de saúde”, diz um trecho da nota da Sociedade que explica o novo posicionamento.

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A mudança irá impactar cerca de 45 mil pessoas no mundo a cada ano. Esse é o número de pacientes diagnosticados a cada ano com a variante folicular do carcinoma papilífero. Estima-se que 20% de todos os cânceres da tireoide estejam enquadrados nesse grupo de tumor, que passou a ser mais diagnosticado nas últimas décadas. Segundo a Sociedade de Endocrinologia, a incidência da doença aumentou quatro vezes nos últimos três anos.

A doença e o tratamento

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de tireoide não é mais frequente no sexo feminino. A doença corresponde a 1,3% de todos os cânceres diagnosticados no país e 6,4% dos que atingem a área da cabeça e pescoço. O tratamento é sempre cirúrgico. O que muda é que, dependendo do caso, o médico pode optar pela retirada parcial da glândula. Também fica a critério do médico a complementação do tratamento com radioiodo.