A propaganda de alimentos nocivos a crianças se mostrou "desastrosamente eficaz" em estimular a obesidade, em especial com o uso das redes sociais para promover alimentos ricos em gorduras, sal e açúcar, disse a sede regional europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta terça-feira.
A OMS, um órgão da ONU, defendeu controles mais rígidos contra esse tipo de publicidade.
"As crianças estão cercadas de anúncios estimulando-as a consumirem alimentos ricos em gordura, ricos em açúcar e ricos em sal, mesmo quando estão em locais onde deveriam ser protegidas, como escolas e instalações esportivas", disse Zsuzsanna Jakab, diretora regional da OMS na Europa.
Há anos a promoção desse tipo de alimento é apontada como um fator de risco significativo para a obesidade infantil e, numa idade mais avançada, para doenças crônicas associadas à alimentação, como doença cardíaca e alguns tipos de câncer.
Em um relatório sobre a publicidade alimentícia, a OMS-Europa disse que o setor usa cada vez mais ferramentas baratas, como as redes sociais e aplicativos de celulares, para atingir as crianças.
"A televisão continua sendo a forma dominante de publicidade, e uma ampla maioria de crianças e adolescentes passa em média mais de duas horas diárias na frente do aparelho", diz o relatório.
"O sobrepeso é um dos maiores desafios de saúde pública do século 21: todos os países são afetados em graus variados, particularmente nos grupos socioeconômicos mais baixos", disse Jakab na introdução do relatório. "E a situação não está melhorando", acrescentou.
Dados da Iniciativa de Vigilância da Obesidade Infantil, da OMS, mostram que em média um terço das crianças de 6 a 9 anos está obeso ou acima do peso.
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