São Paulo - A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou ontem o fim da pandemia de gripe suína, ou gripe A, pouco mais de um ano depois do primeiro surto da doença pelo mundo. Mas, se a ameaça acabou, entre as principais vítimas está a credibilidade da OMS. O vírus abriu a pior crise na história da entidade. Dentro da organização ligada às Nações Unidas, o temor é de que suas recomendações em outras áreas também sejam afetadas pela imagem arranhada.
Em junho de 2009, a entidade havia declarado que o vírus da gripe havia saído do controle, exigindo a mobilização de governos em todo o mundo e recomendando gastos milionários para a compra de vacinas e antivirais. Pela primeira vez, a OMS declarou que o vírus H1N1, causador da doença, havia atingido o nível máximo em sua escala de alerta e o principal problema foi justamente esse: declarar alerta máximo para uma doença que matou menos (18,4 mil mortes registradas no mundo) que a gripe sazonal.
A diretora da OMS, Margaret Chan, chegou a ser acusada de favorecer a indústria farmacêutica com o alerta, criando um pânico desnecessário. O termômetro das críticas subiu quando, em alguns países europeus, milhões de doses de vacinas compradas pelos governos se acumularam nos estoques. Seis meses depois de declarar a pandemia, nem Chan havia ainda tomado a vacina.
No Paraná, neste ano houve 1.623 casos confirmados de gripe suína, ocasionando a morte de 16 pessoas.
Freio
Ontem, um comitê técnico da OMS se reuniu e concluiu que o vírus voltou a ter um comportamento equivalente a outros vírus da gripe que surgem sazonalmente. Além disso, o ritmo de transmissão foi freado, "o vírus H1N1 não é mais de preocupação internacional" e simplesmente não há mais o risco de que volte a gerar uma pandemia.
"Tratava-se de um novo vírus e uma população não imunizada. Hoje 350 milhões de pessoas foram vacinadas em um ano no mundo e, em muitos países, entre 20% e 40% da população já estaria imunizada", explicou a diretora da OMS.
A crise está obrigando a entidade a promover uma reavaliação completa do que seria uma pandemia e como deve reagir em futuros casos. O processo de revisão deverá levar um ano e exigirá a adoção de novos critérios para declarar uma pandemia. O próprio uso da palavra poderá ser modificado, assim como a relação com a indústria farmacêutica.
Entre os especialistas convocados para ajudar na reforma está o brasileiro Eduardo Hage, diretor da Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde.
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