A Organização Mundial da Saúde (OMS) reiterou nesta terça-feira (4) a estimativa de que cerca de 2 bilhões de pessoas deverão pegar o vírus A (H1N1) até o fim da pandemia.
A estimativa, entretanto, vem com um grande alerta sanitário: ninguém sabe quantas pessoas já foram infectadas até agora pela nova cepa de vírus influenza, e o número final nunca será conhecido, já que muitos casos são tão leves que podem passar despercebidos.
"Até o fim da pandemia, entre 15% e 45% da população terá sido infectada pelo novo vírus pandêmico", disse a porta-voz da OMS, Aphaluck Bhatiasevi, em um comunicado.
"Trinta por cento é uma estimativa média e 30% da população mundial é 2 bilhões."
"Devemos lembrar, entretanto, que as tentativas de estimar as taxas de infecção podem ser apenas aproximações grosseiras", acrescentou.
No começo do surto, detectado em abril, o médico Keiji Fukuda, diretor-geral adjunto da agência da ONU, alimentou as acusações de que a OMS estava criando pânico com relação à doença, quando mencionou o número de 2 bilhões. A OMS, no entanto, que elevou o alerta global de gripe para o nível mais alto no dia 11 de junho, declarando situação de pandemia, disse que a cepa está se propagando de forma mais rápida que as pandemias de gripe anteriores.
Ao mesmo tempo, como a maior parte das vítimas apresentam apenas sintomas leves, a agência disse aos países que não precisariam notificar todos os casos, mas concentrar o monitoramento em aglomerações suspeitas da doença e no rastreamento das mortes.
Bhatiasevi disse em uma entrevista coletiva que a OMS está coordenando uma rede de instituições independentes para estimar o número total de casos. Como ninguém atualmente tem essa estimativa, não é possível determinar a taxa de mortalidade do H1N1.
Infectados
Os infectados pelo vírus da gripe suína já chegam a 162.380 casos, sendo 1.154 mortos, de acordo com o balanço publicado pela OMS.
A organização informou nesta terça que 168 países dos cinco continentes reportaram casos da gripe, no primeiro balanço publicado desde 6 de julho.
No boletim, a OMS esclarece que o total de 162.380 casos "subestima o número real de afetados", já que os países não recebem instruções da organização de reportar cada caso individual e muitas pessoas podem ter o vírus sem perceber por não apresentarem sintomas.
Embora o vírus seja altamente contagioso, a organização defende que tem efeitos moderados.
O balanço, que toma como base os escritórios regionais da OMS, informou que as Américas são as mais afetadas pela doença, com 98.242 casos e 1.008 mortes.
Em seguida vêm o Pacífico Ocidental, com 26.661 casos e 39 mortes; a Europa, com 26.089 casos e 41 mortes; o Sudeste Asiático, com 9.858 casos, 65 mortes; o Mediterrâneo Oriental, com 1.301 casos e 1 morte, e a África, 229 casos.
Mortes
A mais recente atualização da OMS, de 27 de julho, dizia que um total de 816 pessoas havia morrido em razão do H1N1, enquanto o número total de casos confirmados por laboratório, incluindo as mortes, chegava a 134.503 - provavelmente bem abaixo do número total real de infecções, que pode já ter chegado à casa dos milhões, de acordo com especialistas em saúde pública.
À medida que o outono se aproxima no Hemisfério Norte e, com ele, o começo da gripe sazonal, a OMS está trabalhando com laboratórios farmacêuticos para garantir a disponibilização de vacinas que combatam tanto a gripe sazonal como a H1N1.
A porta-voz da OMS Fadela Chaib disse que a agência espera dar informações atualizadas sobre os planos para a vacina ainda esta semana.
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