41,3% dos escolares afirmaram que consomem guloseimas (doces, balas, chocolates, chicletes, bombons ou pirulitos) em cinco dias ou mais na semana, segundo a PeNSE, do IBGE/ 2012. Os biscoitos salgados (35%) e refrigerantes (33%) foram os itens não saudáveis mais apontados pelos alunos.
3 refeições por dia
Fazer café da manhã, almoço e jantar é a recomendação dos nutricionistas aos adolescentes. Entre elas, pequenas refeições saudáveis devem levar frutas, cereais, leite e água.
Marcadores de boa dieta
A alimentação saudável é identificada pela presença de alguns alimentos, como o feijão, as hortaliças, frutas frescas e leite. Se esses alimentos fizerem parte das principais refeições e dos lanches, são boas as chances de que o adolescente tenha uma boa dieta.
Mesada e fast foods
Refrigerantes, salgadinhos e doces industrializados são mais frequentes entre os adolescentes de classes econômicas mais favorecidas, diz a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar do IBGE/2012. Entre os menos favorecidos, há maior consumo de alimentos saudáveis, como arroz e feijão.
Afrouxar as regras à mesa é uma das principais mudanças da chegada à adolescência, seja pela redução natural da cobrança dos pais, seja pelo jovem iniciar uma vida independente, sem muitas regras, em outra casa. Para alertar sobre desvios que podem causar doenças crônicas precoces, a Associação Americana de Pediatria recentemente apontou os três erros dos adolescentes à mesa: pular refeições; comer rápido; e optar cada vez mais por industrializados.
As mesmas mudanças ruins na dieta podem ser vistas entre os jovens brasileiros. Pular o café da manhã é a principal delas, segundo a nutricionista doutoranda em padrões alimentares dos adolescentes e fatores associados pela Universidade de São Paulo e pela Universidad de Zaragoza, Camila Borges. "O café é a primeira refeição após longas horas em jejum e é uma espécie de marcador de uma dieta equilibrada. Não tomá-lo leva a um efeito negativo na qualidade de vida global, na realização das atividades escolares, na manutenção da energia corporal e no funcionamento emocional", diz.
Sem a primeira refeição, o jovem comete o segundo grande erro, buscar lanches rápidos que supram a fome no meio da manhã. Passa a vigorar a noção de "simplificação", conforme explica o médico nutrólogo e diretor da Associação Brasileira de Nutrólogos, Paulo Henkin. "Quando o adolescente vai morar sozinho, ele geralmente não se preocupa em montar uma boa estrutura para cozinhar. E mesmo com geladeira, fogão e micro-ondas, a regra é: se não tiver nada na geladeira pela pouca frequência de idas ao mercado , faço um lanche perto de casa ou peço algo para entregar, o que não são hábitos alimentares equilibrados", diz.
Dentro de casa
Mesmo entre os adolescentes que ainda vivem sob as regras alimentares dos pais, o nutrólogo reforça que a liberdade também influencia os hábitos ruins. "Ele pode estar em casa, mas recorrer demais a lanches rápidos, trocando a refeição completa com a família pela alimentação ocasional com os amigos", diz Paulo Henkin. Aos pais, uma boa limpeza no armário das "besteiras" pode ajudar a regular a dieta dos filhos. Segundo o guia de cuidados com os adolescentes, desenvolvido pela Academia Americana de Pediatria, a escolha pelos refrigerantes e frituras se dá mais por costume do que pela fome. "Quando o jovem chega à cozinha durante os intervalos comerciais da tevê e tem dois minutos e meio para decidir o que vai beber e comer, a conveniência é tão importante quanto o sabor", alerta o guia. Substituindo as guloseimas por opções saudáveis, os pais escutarão os protestos por um ou dois dias, seguidos da aceitação. "Uma vez entendido que as besteiras serão ocasionais (e uma vez diminuída a abstinência do açúcar), a paz retornará ao lar", assinala com ironia o documento norte-americano publicado em abril.
Tempo de menos
Na urgência, os industrializados
Quando os lanches se tornam os "pilares" da dieta, alguns produtos têm presença constante entre os adolescentes. O terceiro maior erro da alimentação dos adolescentes é consumir em excesso sucos industrializados e refrigerantes, substituindo o consumo adequado de água e leite e também trocar a boa alimentação por salgadinhos e guloseimas. A troca pode ser explicada pela ausência de refeições equilibradas, que faz surgir a necessidade de energia rápida. "Se ele não comeu o arroz com feijão no horário certo, vai procurar o mais palatável, o fast food, que dá mais energia. Ele escolhe o bolo, e não a fruta, por ser atraído mais pelo sabor e densidade energética do que pelos benefícios à saúde", diz o nutrólogo Paulo Henkin.
De dentro para fora
Orientar os filhos desde a compra no mercado à preparação dos alimentos é a solução dos nutricionistas para os pais. Com os adolescentes longe de casa ou mais distantes, não há muito controle sobre o que o adolescente come. "O ideal é estabelecer uma alimentação saudável antes que ele saia para o mundo. Se em casa as refeições forem valorizadas, depois ele sentirá falta e voltará ao que é saudável", explica a professora e coordenadora do curso de Nutrição da Universidade Tuiuti do Paraná, Andrea Tarzia.
Sedentarismo
Além das trocas alimentares inadequadas, duas atitudes relacionadas a diminuição de atividades físicas quando o adolescente sai de casa são também considerados erros nesta época da vida e responsáveis pelo incontornável ganho de peso. O primeiro deles é reduzir ou abandonar os exercícios físicos em clubes desportivos ou no ambiente escolar; o outro é aumentar o uso do computador, tevê e redes socais, tornando-se mais sedentário.
Interatividade
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