A greve dos servidores técnico-administrativos do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) continua sem prazo para terminar. A paralisação já dura 46 dias e fez 13 mil consultas e 20 mil exames deixarem de ser realizados. Dados da diretoria do maior hospital do estado mostram ainda que a média diária de pacientes internados no período caiu de 350 para cerca de 240.
Conforme o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Márcio Palmares, até agora o governo federal não sinalizou para disponibilidade de negociação com os técnicos. O dirigente alerta que a proposta de reajuste de 25% a 40% aos professores do ensino superior apresentada pelo Planalto para tentar acabar com a greve dos docentes, na última terça-feira (24), não abrange a categoria.
Segundo ele, esse é apenas mais um "descaso" com os técnicos, e pode significar um longo período de greve pela frente. "Por enquanto, para nós, o governo não apresentou proposta alguma. Mesmo assim, nós continuamos cumprindo a lei no que diz respeito aos serviços essenciais no HC. Os procedimentos interrompidos são os eletivos, quando não há urgência e risco de vida para a pessoa", justifica Palmares.
A diretora de assistência do HC, Mariangela Honório Pedrozo, revela que, para manter o hospital em funcionamento, nas atuais condições, os diretores apelam para o malabarismo. "Para nós, da administração, é uma agonia todos os dias sobre o que a gente vai fazer. O HC já tinha falta de funcionários antes, com a greve a situação ficou impraticável", revela Mariangela.
De acordo com a diretora do hospital, há setores mais prejudicados no estabelecimento por causa de uma maior adesão de funcionários em determinadas áreas. Pela manhã, a dificuldade está no atendimento de exames de raios-X. No departamento de transplante de medula óssea, cinco pacientes aguardam a realização de transplante. "Também estamos com problemas muito sérios na UTI neonatal. Recebemos bebês muito prematuros, com má formação, e nós não temos como impedir o bebê de nascer."
Cancelamento de vestibular
Na próxima terça-feira (31), de acordo com Palmares, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba realiza um ato na Praça Santos Andrade, a partir das 10 horas. A intenção do movimento é inaugurar uma campanha pelo cancelamento do vestibular de inverno da UFPR, o que adiaria ainda mais o retorno das atividades também no HC. "Vamos fazer o ato como uma continuidade de nossas reivindicações. Sabemos que o país tem recursos, mas infelizmente o Brasil tem outras prioridades e precisamos mudar esse cenário", opina.
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