Pelo segundo dia consecutivo, a paralisação nacional dos médicos afeta o atendimento de pacientes em Maringá. Somente no Hospital Universitário de Maringá (HUM), o único da cidade com forte adesão ao movimento, 73 consultas eletivas no ambulatório de especialidades foram desmarcadas entre terça (30) e esta quarta-feira (31).
Segundo o coordenador do curso de Medicina da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Nelson Shozo Uchimura, 90% dos 87 médicos docentes, 50 estudantes de residência e 80 graduandos dos 5º e 6º anos de Medicina que atuam no ambulatório de especialidades do HUM participaram do protesto na manhã desta quarta-feira (31), que começou por volta das 10h30 nas proximidades do Estádio Willie Davids.
Os participantes seguiram em uma passeata até a Catedral Nossa Senhora da Glória. No trajeto foram distribuídos panfletos e colhidas assinaturas da população para um abaixo assinado que será encaminhado ao Congresso Nacional manifestando a indignação em relação a medidas que o governo federal tomou recentemente na área da Saúde.
o presidente da Sociedade Médica de Maringá, Kemel Jorge Chammas, declarou que a mobilização deste segundo dia foi ainda maior que a de terça-feira (30). "Foi um protesto muito ordeiro, conseguimos passar nossa mensagem para a população e alertar as pessoas sobre a situação da saúde no Brasil. Não precisamos de mais médicos, precisamos de mais qualidade em todo o sistema", declarou.
Segundo os organizadores do movimento (Sociedade Médica de Maringá, Conselho Regional de Medicina de Maringá, Sindicato dos Médicos Maringá e Centro Acadêmico de Medicina de Maringá), os setores de urgências e emergências das redes pública e privada de saúde não foram afetados. A suspensão parcial dos atendimentos foi recomendada apenas para consultas e procedimentos eletivos passíveis de serem desmarcados e reagendados posteriormente.
A assessoria de imprensa da Prefeitura comunicou que não houve notificação de profissionais que tenham parado ou que vão parar as atividades para aderir aos protestos até o início da manhã desta quarta-feira (31). As faltas registradas na terça-feira (30) são consideradas dentro da normalidade.
Reivindicações
O diretor da 15ª Regional de Saúde, Kazumichi Koga, explicou que os protestos se dirigem, principalmente, contra três posicionamentos recentes do governo federal: os vetos da presidente Dilma a alguns pontos do chamado Ato Médico; à medida provisória que aumenta para oito anos o tempo do curso superior de Medicina; e à liberação de médicos estrangeiros do exame de revalidação do diploma, o Revalida.