Paraná tem 45 mil casos confirmados
O Paraná registrou 45 mil casos de pessoas infectadas pela gripe A desde o início da pandemia, em abril, até este mês de dezembro. Desses, 13 mil ocorreram na região da capital. As informações são do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) na última segunda-feira. Houve um óbito em Umuarama na semana passada e o número de mortes chegou a 286. Os relatórios mostram que no último mês houve cinco mortes em todo o estado, contra 21 registradas em apenas uma semana durante o mês de agosto. Entre os dias 3 e 10 daquele mês, houve uma média de 2,62 óbitos por dia.
Especialistas defendem priorização
Para especialistas, a decisão de fazer uma vacinação em massa e priorizar a população jovem é acertada. O infectologista Alceu Pacheco, presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia, diz que a vacina é a única forma de controlar a doença, porque quebra a cadeia de transmissão.
Remédio será isento de impostos
Brasília - A Câmara de Comércio Exterior vai isentar o medicamento Tamiflu e o seu princípio ativo, fosfato de oseltamivir, do Imposto de Importação. O medicamento é usado no combate à gripe suína. A medida é limitada a 94,5 milhões de cápsulas do medicamento. A cota autorizada para o insumo foi de 4 mil quilos.
Folhapress
Vírus circula em carceragem
Pelo menos 21 presos de um total de 33 homens e mulheres presos na ala B da carceragem da Delegacia de Polícia de Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro, apresentaram sintomas da gripe A (H1N1). Um dos presos, explica o delegado Julio César de Sousa, está com a doença, o que leva o policial a suspeitar que todos os outros detentos que apresentaram os sintomas da gripe A naquela ala também devem estar contaminados.
O atraso dos laboratórios na produção da vacina contra a gripe A (H1N1), a gripe suína, pode atrapalhar os planos do governo brasileiro de imunizar quase metade da população do país contra a doença antes do início do próximo inverno. O governo encomendou 83 milhões de doses, que devem estar disponíveis entre março e abril do ano que vem.
Se o volume total previsto for alcançado, a vacinação será destinada a todos os adultos jovens saudáveis com idade entre 20 e 29 anos, profissionais da área da saúde, grávidas, pessoas com comorbidades, como diabetes ou obesidade, e crianças com até dois anos. Os idosos saudáveis receberão somente a vacina contra a gripe sazonal. Esta deverá ser uma das maiores campanhas de imunização já registradas no país.
No entanto, se o governo conseguir menos doses do que o previsto, terá de restringir o número de grupos considerados prioritários. E vendo a situação nos países do Hemisfério Norte, que enfrentam o inverno neste fim de ano, as possibilidades de redução no número de doses parecem grandes.
Compra
No início de novembro o Ministério da Saúde noticiou a compra de 40 milhões de doses para o próximo ano. O Instituto Butantan, em São Paulo, vai produzir mais 33 milhões e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) vai fornecer 10 milhões. No entanto, o ministro José Gomes Temporão só deverá fazer o anúncio oficial da distribuição por faixa etária no fim de janeiro justamente porque existe a possibilidade de o laboratório britânico GSK não conseguir fornecer todo o lote reservado pelo governo. Os Estados Unidos, por exemplo, planejavam 250 milhões de doses e conseguiram apenas cerca de 80 milhões até o momento, segundo informações do Center for Disease Control and Prevention (Centro de Controle e Prevenção de Doenças).
No mês passado, o governo brasileiro investiu aproximadamente R$ 444,7 milhões na compra das 40 milhões de doses. Cada uma custou cerca de US$ 6,43. A verba para pagar as vacinas virá da Medida Provisória 469, que destinou R$ 2 bilhões para o enfrentamento da pandemia da gripe A, causada pelo vírus H1N1. Metade desse recurso será destinado à vacinação e a outra metade à compra de equipamentos e a treinamento de pessoal.
Vacinas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que os produtores optassem por produzir uma vacina contra gripe sazonal em idosos, dada todos os anos, trivalente (que protegesse contra o vírus pandêmico da gripe e outros dois circulantes) ou bivalente, sem o vírus pandêmico. Segundo o diretor de Vigilância Epidemiológica do ministério, Eduardo Hage, a pasta optou por orientar o Instituto Butantan, instituição pública que faz a maior parte das vacinas contra a gripe para idosos, a fabricar a bivalente para que pudesse usar as cepas do A (H1N1) na produção da vacina para os de maior risco. "A população acima de 60 anos teria uma imunidade, seja porque os mais idosos tiveram contato com o A (H1N1) ou pela vacinação prévia, que confere algum nível de proteção", diz Hage.
Não foi decidido se os idosos poderão receber as duas vacinas. "Há possibilidade de que uma interfira na outra." O diretor destacou, no entanto, que a prioridade aos cidadãos com doenças crônicas permitirá que grande parte dos idosos que têm esses problemas seja atendida.
Eduardo Hage também adiantou mudanças no protocolo de diagnóstico e tratamento da gripe suína: só casos graves internados farão o teste laboratorial confirmatório para o vírus e será oferecido um segundo tratamento, o zanamivir (Relenza), para casos resistentes ao oseltamivir (Tamiflu).
Para o ministério, a nova gripe está em baixa atividade no Brasil. Na semana entre 22 e 28 de novembro, foram registrados, em todo o país, apenas sete casos de doença respiratória grave causada pelo vírus pandêmico. Na semana de pico, entre 2 e 8 de agosto, foram 4.176 casos desse tipo. De 25 de abril a 28 de novembro, os estados notificaram ao Ministério da Saúde 27.850 casos graves e 1.628 mortes causadas pelo vírus pandêmico.
Jovens
A escolha pela faixa etária dos jovens como grupo prioritário para receber a vacina ocorreu porque eles foram as maiores vítimas de óbito e de contaminação. No Paraná, por exemplo, das 286 mortes, 176 tinham idade entre 20 e 49 anos. Segundo Hage, 50 das 83 milhões de doses foram reservadas para adultos jovens e saudáveis dos 20 aos 34 anos. "Muitos países não ofertaram vacina para essa população". Outra novidade é que indígenas também passam a fazer parte do grupo prioritário.