Na última semana, membros do Tecpar e do Governo do Paraná conheceram a empresa russa em São Petersburgo e Moscou| Foto: Divulgação

Medicamentos biológicos

Segundo a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti-PR), os produtos biológicos são mais eficazes em relação aos medicamentos tradicionais de síntese química. Tais produtos aumentam as possibilidades de sucesso no tratamento, principalmente para doenças crônicas. Eles são feitos a partir de materiais vivos e manufaturados, por meio de processos que envolvem medicina personalizada e biologia molecular.

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O medicamento biológico de última geração para o tratamento do câncer que será produzido em Maringá estará pronto para ser usado por pacientes em 2017. É o que aponta o cronograma de transferência de tecnologia firmado entre o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a empresa russa Biocad, informado nesta segunda-feira (5) pelo diretor-presidente do Tecpar, Júlio Feliz. O medicamento também é indicado para tratar a degeneração macular - perda de visão - relativa à idade.

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Desde que a produção em Maringá foi confirmada, durante encontro do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde (Gecis), em junho, o Governo do Paraná e o Tecpar não haviam se reunido com a empresa russa. Na última semana, no entanto, membros das instituições se encontraram em São Petersburgo e em Moscou. "Estávamos negociando à distância, então a visita serviu para detalhamento do modelo de negócios e plano de trabalho, além de conhecer as instalações da empresa", citou Felix. "É uma estrutura invejável. Um parceiro importante para nós."

O Tecpar já trata o projeto como iniciado porque os técnicos do instituto já tiveram o primeiro contato com o projeto da planta usada no medicamento, chamado de Bevacizumabe. "O processo já começou e isso servirá para que o medicamento seja muito mais barato do que pagamos atualmente", afirmou o presidente do Tecpar.

A integração faz parte da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PPD), modelo competitivo de parceria entre laboratórios públicos e privados que visa acelerar a transferência de tecnologia para alcançar a produção 100% nacional. Com a medida, o país vai aumentar de 14 para 25 o número de biológicos produzidos nacionalmente, gerando uma queda significativa de gastos com a importação dos produtos. A vinda da companhia russa de biotecnologia foi disputada por cidades de todo o Brasil.

Das 14 PDPs autorizadas pelo Ministério da Saúde, o Tecpar será o primeiro a entregar o produto no país. Segundo o presidente da Tecpar, a tendência é de que o instituto domine 50% do mercado. "Hoje, o Ministério da Saúde gasta R$ 177 milhões anuais com a importação do produto. Nosso desafio é baixar esse custo em R$ 110 milhões ao ano e reduzir a dependência do Brasil da importação desse medicamento", declarou.

Reunião com Ministro

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Na terça-feira (6), os membros da delegação do Tecpar que foram para a Rússia estarão em Brasília (DF), onde serão recebidos em audiência pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp. O encontro servirá para prestação de contas, com a divulgação dos resultados dos diversos itens da programação oficial da missão paranaense nos cinco dias de agenda em território russo.