Queda de procura por vacina contra a gripe preocupa prefeitura

A procura pela vacina contra a gripe, que oferece proteção contra o vírus H1N1, vem sendo considerada baixa pela Secretaria Municipal de Saúde. Desde o dia 23 de julho, crianças de 2 a 5 anos podem receber gratuitamente a dose da vacina nas unidades básicas de saúde de Curitiba.

De um público esperado de 64.446 crianças, somente 16.559 (25,7%) haviam sido vacinadas até esta sexta-feira (3). Para efeito de comparação, na fase anterior da campanha – que tinha como público-alvo as gestantes, os idosos e os bebês de 6 meses a dois anos de idade – 45,2% da meta já havia sido cumprida no mesmo período de oferta.

A diretora de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, Karin Luhm, atribui a queda na procura ao aumento da temperatura verificado nos últimos dias e à diminuição do número de mortes causadas pela gripe registrada nas últimas semanas.

Karin considera, no entanto, que esse relaxamento é maléfico, principalmente pelo fato de ainda estarmos no inverno, estação mais propícia para a disseminação do vírus influenza, responsável pela gripe. "Passou a fase de grande divulgação, baixou a ansiedade, e o pessoal vai levando, vai deixando [a vacinação] para depois, temos de ficar convencendo. Não é isso o que queremos", diz a médica.

Nas centros de vacinação privados de Curitiba, a oferta de vacinas contra a gripe também aumentou. Em levantamento feito pela Gazeta do Povo há três semanas, apenas uma entre oito clínicas verificadas pela reportagem tinha disponível vacinas contra a gripe; agora, são quatro, entre as mesmas unidades pesquisadas, oferecendo a dose da vacina por preços que variam entre R$ 60 e R$ 85 reais. Todos os centros de vacinação informam, no entanto, que os estoques são pequenos.

A Secretaria Municipal de Saúde informa que – embora a atual fase da campanha privilegie as crianças de dois a cinco anos – idosos, gestantes e bebês de seis meses a dois anos que ainda não foram vacinados podem receber a dose nas unidades básicas de saúde do município.

Variações da gripe

No período mais crítico da gripe A (H1N1), em 2010, uma vacina foi desenvolvida exclusivamente para combater essa variação do vírus. Na campanha atual, a vacina contra a gripe é tríplice, combatendo as variantes A (H1N1), A (H3N2) e B, todas variantes do vírus influenza.

A abrangência da vacina é necessária, conforme explica Karin Luhm, porque todas as variações deixam sintomas semelhantes e podem levar à morte. Segundo a médica, o que se costuma chamar de "gripe comum" é, na verdade, um resfriado, que não é causado pelo vírus influenza.

Já houve neste ano, no Paraná, 33 mortes pelo vírus A/H1N1 e nove pelo A/H3N2, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde; em Curitiba, foram quatro óbitos causados pelo A/H1N1 e dois pelo A/H3N2.