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Saltos altos, com média de dez centímetros, estão cada vez mais em moda | Divulgação
Saltos altos, com média de dez centímetros, estão cada vez mais em moda| Foto: Divulgação

A tendência da moda para os pés das adolescentes neste verão é de sandálias e sapatos de saltos muito altos – chegando a dez centímetros ou mais – e finos. Os modelos com essas características imprimem elegância à mulher. Mas, na visão dos ortopedistas, o exagero no tamanho e na frequência de uso desses saltos é um perigo para a saúde, acarretando dores, calosidades e até deformidades nos pés.

O ortopedista Alexandre Costa Monte, do Hospital Santa Cruz, afirma que tem percebido, nos últimos cinco anos, um aumento no número de atendimentos a meninas de 12 a 16 anos com problemas relacionados ao uso de salto alto. Segundo ele, meninas nessa faixa de idade representam 30% das pacientes do sexo feminino. "As dores nos joelhos são as reclamações mais frequentes. O uso exagerado de salto alto leva ao encurtamento da musculatura posterior da coxa e da perna, provocando as dores na patela (rótula)."

De uma maneira geral, o uso constante pode resultar em diversos distúrbios, como dores na parte da frente dos pés, joanete (protuberância no osso do dedão do pé), deformidades nos dedos, tendinites e encurtamento do tendão de Aquiles. "Pessoas que possuem tendência a entorses de repetição do tornozelo são as que mais sofrem com o uso prolongado de salto, pois o problema se agrava", afirma o ortopedista Celso Mendonça Júnior, do Hospital das Nações.

Casos como do joanete podem levar a procedimentos cirúrgicos para correção. A deformidade acontece porque o salto sobrecarrega os dedos da frente dos pés, o que forma a saliência. "As dores podem ser bastante fortes. Em casos mais crônicos, é preciso fazer uma raspagem do osso para corrigir o problema", diz Alexandre Costa Monte.

Para as meninas que não abrem mão do salto alto, a dica dos especialistas é utilizar aqueles com até quatro centímetros de altura e ter bom senso. "Quanto maior o tamanho do salto e o tempo de uso, maiores as chances de surgirem problemas", afirma Mendonça Júnior. Incorporar ao dia a dia exercícios de alongamento da musculatura posterior da coxa também serve como prevenção.

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