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Ana Julia, de 4 anos, não se incomoda de ficar sem o dente, segundo a mãe, Rosimeri | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Ana Julia, de 4 anos, não se incomoda de ficar sem o dente, segundo a mãe, Rosimeri| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

O que fazer

Veja qual o procedimento correto no caso de acidentes, antes de procurar ajuda odontológica:

- Não entre em desespero. É comum a boca sangrar muito, por ser uma área extremamente vascularizada.

- Tente estancar o sangue com uma gaze.

- Levante o lábio da criança para ver o que aconteceu.

- Avalie se o dente está fora de posição, se movimentou-se para dentro (luxação), se entrou na gengiva (intrusão), se ficou pendurado (extrusão) ou se saiu totalmente (avulsão).

- Ligue imediatamente para o dentista.

- Não limpe e não lave o dente que caiu. Apenas mantenha-o hidratado. Se levar o dente seco, ele perderá água, mudará de cor e ficará mais frágil.

- Se o dente quebrar, leve, imerso em água, o pedacinho que saiu, para fazer a colagem.

Fontes: Larissa Brunetto, odontopediatra da clínica Top Dent Odontopediatria, e Fabian Calixto Fraiz, professor de odontopediatria e coordenador de mestrado em odontologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Durante a primeira infância e início da adolescência são comuns os casos de trauma nos dentes. Eles podem ser desde uma pequena trinca, fratura de esmalte e/ou dentina, até a perda total. Para todos os casos há grandes chances de recuperação, mas para isso é preciso procurar atendimento odontológico o mais rápido possível, principalmente se forem dentes permanentes. Depois de uma hora, as chances de recuperação diminuem bastante.

Quando o dente sai totalmente (avulsão), existe possibilidade de reimplante, desde que ele seja mantido hidratado. Ele pode ser levado ao consultório na boca da criança (entre a bochecha e a gengiva), no próprio alvéolo do dente ou imerso em água de coco ou leite, nessa ordem, como orienta o cirurgião dentista Fabian Calixto Fraiz, professor de odontopediatria e coordenador de mestrado em Odontologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). "O dente é preso ao osso por fibras e elas serão reconstruídas. Se o dente fica muito tempo fora do alvéolo, seca totalmente e a chance de sucesso é pequena."

A principal fase de risco de traumas na dentição decídua (de leite) é a partir de 1 ano, quando a criança começa a andar e a ter mais independência. Nesse período crítico, que dura até os 4 anos, os pais têm que estar muito atentos ao ambiente. "Não é uma fatalidade, tem como evitar. Os pais devem visualizar o espaço em que a criança vive, seja em casa, na escola, no parquinho e no clube", diz Fraiz. A outra fase de risco é entre os 9 e 13 anos, quando começa a prática de esportes mais radicais, por vezes sem a devida proteção.

A odontopediatra Larissa Brunetto, da clínica Top Dent, atende toda semana de duas a três crianças e adolescentes vítimas de trauma nos dentes. Como Ana Julia de Oliveira Fávaro, que tem apenas 4 anos e é banguela desde os 2. Em um acidente doméstico, a menina bateu a boca em uma mesa e perdeu o dente de leite precocemente – o início da troca de dentes deveria acontecer aos 6. A mãe, a artista plástica Rosimeri de Oliveira Fávaro, conta que foi tentado o reimplante, mas o dente não parou no lugar. Ela acredita que não haverá problemas quanto à estética. "Pela radiografia o dente de cima está crescendo bem e deve nascer normal."

Mas há casos em que o trauma em dente de leite resulta em consequências para os permanentes. "Eles podem nascer manchados ou quebrados, além de mudar de posição. Às vezes não chegam nem a nascer", afirma Larissa. Nesse caso, o paciente pode colocar uma prótese até que seja possível, a partir dos 16 anos, fazer um implante.

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