Especialistas afirmam que o país precisa de muito investimento para resolver a questão da saúde bucal. E isso não será feito em poucos anos. O presidente da Associação Brasileira de Odontologia, Norberto Lubiana, diz que o quadro é muito grave. "Foram anos sem investimento. Há muitas desigualdades regionais e uma carência enorme de especialidades." Para acabar com a concentração de dentistas nas regiões mais ricas, ele sugere que o governo invista na mão de obra. "Temos uma odontologia moderna e qualificada. Os profissionais disputam nas regiões Sul e Sudeste um mercado que já está esgotado. Mas, para irem a locais mais longínquos, precisam ser bem pagos." Lubiana lembra que o número de brasileiros que nunca foram ao dentista é maior do que a população inteira de alguns países. "Precisamos chegar a quem está na periferia, na área rural e nos territórios indígenas e quilombolas".

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A coordenadora do curso de Odontologia da Universidade Po­­sitivo, Maria da Graça Kfouri, diz que o grande número de dentistas no país ainda não trouxe benefícios porque este quadro co­meçou a mudar há apenas uma década. Assim como não havia uma política nacional, também não havia muitas faculdades. Foram as particulares que a partir de 1990 começaram a formar mais dentistas. Ela acredita que o governo deveria investir primeiro na atenção básica e na p revenção. "Infelizmente os custos de um atendimento especializado são muito altos. Será difícil, por exemplo, o poder público oferecer aparelhos dentários a toda a po­­pulação a curto prazo". Ela afirma que grande parte dos países desen­volvidos, por exemplo, não consegue oferecer esses serviços.

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