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Leandro Morais doa plaquetas desde os 18 anos. Lição aprendida com o pai | Arquivo/ Gazeta do Povo
Leandro Morais doa plaquetas desde os 18 anos. Lição aprendida com o pai| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo

Às claras

Tem alguma dúvida sobre a doação de plaquetas? Confira abaixo as respostas para as perguntas mais frequentes:

Por que doar plaquetas?

As plaquetas são elementos do sangue que atuam na coagulação. Transplante de medula, quimioterapia e cirurgias complexas podem levar pacientes a terem deficiência de plaquetas. A doação pode ser feita a cada 72 horas, mas um doador não pode ultrapassar 24 doações em 12 meses. A reposição das plaquetas pelo organismo ocorre em cerca de 48 horas.

Como é feita a doação?

O sangue é retirado da veia de um dos braços, como na doação convencional. A diferença é que o sangue passa por um equipamento que retém parte das plaquetas. Depois, o sangue retorna para o doador com todos os outros elementos. A doação deve ser marcada com antecedência e dura cerca de 1h30. O doador deve apresentar quantidade plaquetária superior a 150 mil por mililitro de sangue.

Quem pode doar?

O doador precisa ter entre 18 e 65 anos de idade e pesar mais de 50 quilos. É necessário apresentar documento original com foto. O doador deve ter se alimentado antes da doação e estar em boas condições de saúde. A pessoa deve ter disponibilidade de pelo menos 1h30 para a doação e não pode estar fazendo uso de ácido acetil salicílico (AAS).

Quem não pode doar?

Não podem doar plaquetas pessoas gripadas ou com febre, mulheres grávidas ou que tenham dado à luz há menos de três meses e pessoas que ingeriram bebida alcoólica no dia da doação. Também não podem participar pessoas que tiveram hepatite após os 10 anos de idade, doença de Chagas e malária ou que adotem comportamento sexual de risco ou usem drogas.

Há alguma reação após a doação?

O doador pode sentir dores no local da punção e hematomas podem ocorrer durante ou após a doação. O doador também pode apresentar sinais de tontura, palidez, náuseas, palpitações e sudorese devido à queda da pressão arterial. Ainda é possivel haver sensação de anestesia ou formigamento nos lábios, rosto e em outras regiões do corpo por causa da diminuição do nível de cálcio provocada pela solução anticoagulante. Manifestações alérgicas são raras.

Fontes: Instituto Nacional do Câncer, Paulo Tadeu Rodrigues de Almeida e Paulo Roberto Hatschbach.

Inspirado pelo pai, que sempre o levava junto quando doava sangue no Rio Grande do Norte, Leandro Cabral Morais, 37 anos, é doador desde os 18. Em Curitiba há oito anos, ele dispõe de seu tempo e de suas plaquetas cerca de 20 vezes ao ano — 24 é o número máximo de doações permitidas a cada ano. "O banco de sangue me liga quando precisa e eu venho", conta.

Diferente da doação de sangue, mas igualmente importante, a doação de plaquetas por aférese refere-se à retirada do sangue do doador e à imediata separação das plaquetas, que são armazenadas em uma bolsa descartável acoplada ao equipamento de aférese. Os demais componentes sanguíneos são devolvidos ao doador, em um processo que dura em média 90 minutos.

De acordo com o hemoterapeuta Paulo Tadeu Rodrigues de Almeida, coordenador do banco de sangue do Hospital Nossa Senhora das Graças, a grande vantagem da doação de plaquetas por aférese é que a coleta de um único doador é o suficiente para a transfusão em um adulto. Com a doação de sangue convencional, seriam necessários de cinco a dez doadores para obter o mesmo número de plaquetas.

"Pacientes transplantados ou em quimioterapia precisam de transfusão diária de oito a dez unidades de plaquetas. Na doação de sangue convencional, são coletados entre 450 ml e 500 ml de sangue e apenas uma unidade de plaqueta. Na doação por aférese, são coletados cerca de 200 ml, o que resulta entre cinco e dez unidades de plaquetas", explica.

A demanda por doações de plaquetas é constante e requer um gerenciamento diferente dos hemobancos, pois o concentrado pode ser estocado por, no máximo, cinco dias. Já o sangue pode ser armazenado por até 45 dias. "Nós administramos as doações por meio de agendamento, para evitar o descarte. Atualmente, realizamos cerca de 50 coletas por mês", diz Almeida.

No Hemocentro de Curi­tiba, da rede Hemepar, são feitas, em média, quatro coletas por dia e há agendamentos até o fim do ano. De acordo com o diretor, o hematologista Paulo Roberto Hatschbach, há uma administração para que nada seja descartado. "Controlamos para que não faltem plaquetas e para que não sobrem. Quando percebemos que uma unidade está próxima de vencer e não será usada, repassamos para outros hospitais, mas é raro acontecer."

Conscientização

Segundo Hatschbach, doadores de plaquetas por aférese são, geralmente, doadores de sangue fidelizados. "O perfil do doador de plaquetas-aférese é de uma pessoa que já doa sangue periodicamente. Nós realizamos um trabalho de conscientização com esses doadores para que doem plaquetas também. Hoje, temos pessoas que doam de duas a três vezes por mês", conta.

A selfie da corrente do amor

A demanda por sangue também é constante. Apesar das campanhas de incentivo à doação, os hemobancos administram baixos estoques frequentemente. Consciente da importância da doação, Franciele Salmória (foto) criou uma campanha para estimular a coleta de sangue e plaquetas no Hospital Nossa Senhora das Graças, onde faz tratamento contra a leucemia. A ideia surgiu por acaso. Sem poder ver os amigos que iam ao hospital para doar sangue, devido à baixa imunidade, Franciele decidiu fazer selfies com os doadores da janela do quarto. As fotos passaram a ser compartilhadas nas redes sociais com hashtags como #chamaafran e #correntedoamor e logo viralizaram, tomando forma de campanha, com muitas pessoas indo ao hospital doar sangue e fazer uma foto com a Fran. Em uma semana, o estoque do banco de sangue do hospital aumentou 60%. Em setembro, Franciele fará o transplante de medula e, depois, dará continuidade ao projeto.

Serviço:

Onde doar?

Hemocentro Curitiba: Travessa João Prosdócimo, 145; (41) 3281-4000. Hemocentro Cascavel: Rua Avaetés, 370; (45) 3226-4549 / 3226-0808. Hemocentro Londrina: Rua Claudio Donizeti Cavalliere, 156; (43) 3371-2218. Hemocentro Maringá: Avenida Mandacaru, 1.600; (44) 3011-9400 / 3011-9100. Hospital Nossa Senhora das Graças: Rua Alcides Munhoz, 433 (Curitiba); (41) 3240-6060. Hospital Ernesto Gaertner: Rua Doutor Ovande do Amaral, 201 (Curitiba); (41) 3361-5000. Hospital de Clínicas UFPR: Rua General Carneiro, 181 (Curitiba); (41) 3360-1800.

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