O número de fumantes caiu cerca de 30% no país nos últimos nove anos, mas o hábito de fumar ainda permanece entre um em cada dez brasileiros, apontam dados do Ministério da Saúde divulgados nesta quinta-feira (28).
Mais de 10 mil pessoas foram presas por contrabando no país em cinco anos
Agência Brasil
Balanço divulgado nesta quinta-feira (28) pelo Ministério da Justiça mostra que, entre 2010 e 2015, as ações contra o contrabando e descaminho (crime contra a ordem tributária) prenderam, em operações como a Sentinela e a Ágata, mais de 10,3 mil pessoas e 711 termos circunstanciados foram registrados. No mesmo período, foram apreendidos 10,38 milhões de pacotes de cigarro, 748 mil produtos farmacêuticos e medicamentos, 1.477 armas de fogo, ao menos 168 mil munições e 6,6 mil veículos foram recuperados.
Os dados mostram que o número de inquéritos instaurados para investigar a prática de contrabando e descaminho cresceu mais de quatro vezes entre 2010 e 2014, passando de 1.109 para 4.692, respectivamente. O levantamento mostra que entre 2011 e 2015 foram promovidas pela Polícia Federal 69 operações para coibir esses crimes, resultando na prisão de 597 pessoas.
Hoje, 10,8% dos brasileiros são fumantes. Em 2006, esse percentual era de 15,6%, de acordo com a pesquisa Vigitel, que monitora fatores de risco para a saúde.
Ao mesmo tempo em que o número de fumantes diminuiu, o consumo de cigarros ilegais cresce no Brasil, segundo dados inéditos do Inca (Instituto Nacional de Câncer). Em cinco anos, o percentual de fumantes que consome cigarros ilegais passou de 2,4% para 3,7%.
Nas cidades próximas à fronteira com o Paraguai, o consumo de cigarro ilegal é ainda maior, e atinge 40,4%.
Para o ministério, políticas como o aumento no preço dos cigarros, a proibição da propaganda e o aumento no rigor das leis antifumo colaboraram na redução do número de fumantes no país.
O governo avalia, no entanto, que a redução poderia ter sido maior se não houvesse o crescimento do mercado ilegal de cigarros.
Com a redução no hábito de fumar no país, também cresce o número de pessoas que agora se declaram como ex-fumantes ou que afirmam ter tentado parar de fumar no último ano. Hoje, 21,2% dos brasileiros já afirmam terem deixado o cigarro.
Na outra ponta, aumenta entre os fumantes o desejo de parar de fumar: em cinco anos, o percentual daqueles que tentaram largar o vício passou de 45% para 51%.
O grande incentivo é o preço: mais de metade dos fumantes pensaram em parar de fumar por esse motivo, de acordo com o levantamento do Inca.
A pesquisa mostra ainda que a população que ainda fuma tem diminuído o número de cigarros: em 2006, 4,6% da população consumia mais de 20 cigarros ao dia, um percentual que caiu para 3% no ano passado.
Entre a população, o hábito de fumar é maior na faixa etária de 45 a 54 anos (13,2%), e menor entre jovens de 18 e 24 anos (7,4%).
Já a capital com maior proporção de fumantes é Porto Alegre, onde 16,4% da população fuma regularmente. A menor proporção é em São Luís (5,5%).
Ainda de acordo com o estudo, o consumo de cigarros no Brasil é maior na faixa entre 45 anos e 54 anos de idade (13,2%) e menor entre jovens com idade entre 18 anos e 24 anos (7,8%).
Os homens fumam mais nas cidades de Porto Alegre (17,9%), Belo Horizonte (16,2%) e Cuiabá (15,6%) e as mulheres, em Porto Alegre (15,1%), São Paulo (13%) e Curitiba (15,6%). O tabagismo é menos frequente em Fortaleza (8,6%), Salvador (9%) e São Luís (9,3%) entre os homens e em São Luís (2,5%), Palmas (3%) e Teresina (3,1%) entre as mulheres.
A pesquisa mostra também que 21,2% dos brasileiros se declaram ex-fumantes, sendo 25,6% dos homens e 17,5% das mulheres.
Dados inéditos do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que o consumo de cigarro ilegal cresceu de 2,4% em 2008 para 3,7% em 2013.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, avaliou como expressiva a redução de 30% no número de fumantes nos últimos nove anos. “Há 20 anos, mais de um terço da população adulta no Brasil fazia uso do tabaco. Tivemos uma expressiva resposta do Brasil”, disse. “Não se trata de coibir a liberdade, mas de ter uma política pública”, completou.
A pasta alerta que o tabagismo é responsável por 200 mil mortes todos os anos no Brasil - 25% delas por angina e infarto do miocárdio, 45% por infarto agudo do miocárdio (abaixo de 65 anos) e 85% das mortes por bronquite e enfisema pulmonar.
O hábito também responde por 90% dos casos de câncer de pulmão no país, sendo que, entre o restante, um terço é fumante passivo. Esse tipo de tumor é considerado o mais letal e umas das principais causas de morte no Brasil.
A estimativa do governo é que 27.330 novos casos de câncer de pulmão sejam registrados no país este ano.
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