Uma equipe científica da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, usou um tratamento genético que fortaleceu o sistema imunológico em uma dúzia de pacientes portadores do HIV, publicou nesta quinta-feira a revista "New England Journal of Medicine".

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O trabalho dos pesquisadores, liderados pelo médico espanhol Pablo Tebas, ajudou a proteger os pacientes do avanço do vírus, o que abre a possibilidade de não precisarem continuar tomando remédios para controlá-lo.

Os pesquisadores modificaram geneticamente nos pacientes as células T, que desempenham um papel fundamental no sistema imunológico, para que se assemelhassem à mutação conhecida como CCR5-delta-32, que interessa aos cientistas porque proporciona uma resistência natural ao HIV, e só existe em 1% da população.

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"O estudo mostra que podemos configurar de maneira segura e eficaz as células T do próprio paciente com HIV para que simulem uma resistência de ocorrência natural do vírus, fazendo com que persistam no corpo e, potencialmente, mantenham o vírus controlado", explicou Carl June, professor na Escola Perelman de Medicina na UP.

Com a mutação, os cientistas reduziram a expressão das proteínas superficiais de CCR5, sem as quais o vírus não pode penetrar na célula, o qual faz com que elas resistam à infecção.

No curso de seu estudo a equipe da Pensilvânia aplicou as células modificadas - conhecidas como SB-728-T em dois grupos de pacientes, todos os quais receberam transfusões de 10 bilhões de células entre maio de 2009 e julho de 2012.

Em seis dos pacientes o tratamento anti-retroviral foi totalmente suspenso por até 12 semanas, depois da quarta semana desde a aplicação, e outros seis pacientes continuaram o tratamento habitual.

Uma semana depois da aplicação inicial as análises revelaram um aumento substancial no número de células T modificadas no corpo dos pacientes.

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A carga de vírus HIV diminuiu em quatro dos pacientes que tiveram o tratamento habitual interrompido por 12 semanas. Em um desses pacientes a carga viral diminuiu abaixo do nível de detecção.

"Estes casos enfatizam a necessidade de proteger as células T do vírus", indicou Tebas, diretor da Unidade de Provas Clínicas da Aids no Centro Penn de Pesquisa da aids.

"O método de engenharia genética usado protege as células T contra o HIV e poderia ser capaz de eliminar quase completamente o vírus enquanto essas células continuarem funcionando", acrescentou.