O Ministério da Saúde divulgou na última terça-feira uma pesquisa sobre a campanha de imunização contra a gripe A (H1N1), que mostrou que 71% dos brasileiros acreditam na eficácia da vacina e que 83% não têm medo de tomá-la. Apesar da confiança da população, a vacina começa a gerar algumas dúvidas nos bastidores, por se tratar de um produto novo. Na internet circulam várias informações sobre o perigo da vacina e blogs chegam a afirmar que é mais perigoso tomar a dose do que contrair a gripe suína.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de médicos entrevistados desmentem essas informações. Segundo o Ministério da Saúde, a vacina tem uma efetividade média maior que 95%. "A vacina a ser usada é segura e já está em uso em outros países. Não tem sido observada nesses países uma relação entre o uso da vacina e a ocorrência de eventos adversos graves", diz o site do ministério. Pelo menos 300 milhões de pessoas já foram vacinadas no mundo.
Os boatos com relação à vacina são uma das preocupações do secretário de Estado da Saúde do Paraná, Gilberto Martin. No ano passado surgiram informações incorretas sobre a nova gripe, principalmente na internet, de acordo com a secretaria. E-mails traziam receitas para a fabricação de álcool gel caseiro, falavam que as pessoas deviam usar cânfora em saquinhos no pescoço, que havia falta de leitos para internar pacientes e que vários médicos morreram.
A OMS defende a vacinação. No Brasil, a campanha começou no último dia 8. Nessa primeira fase, estão sendo imunizados os profissionais de saúde que trabalham no enfrentamento da gripe suína e os indígenas aldeados. A campanha vai até o dia 21 de maio e deve vacinar 91 milhões de pessoas no país. No Paraná, onde foram registradas 299 mortes pela doença, 5 milhões de pessoas devem ser vacinadas.
Números
O último boletim da OMS verificou que na Europa, continente onde houve encalhe de vacinas, a média porcentual de testes respiratórios continua baixa, mas aumentou um pouco na comparação com a semana passada.
O boletim da OMS trouxe pequeno crescimento da ocorrência de doenças respiratórias na América Central; áreas ativas de transmissão no sudeste da Ásia; e níveis menores de circulação do vírus em partes da Ásia e no leste e na parte sul-oriental da Europa. Na África Ocidental, dados limitados sugerem que a transmissão está crescendo na região, segundo a organização. A OMS mantém o alerta de pandemia à gripe A, já que a doença ultrapassa fronteiras e atinge diversas regiões do mundo.
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