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Anteriormente, a orientação do Ministério da Saúde era para que houvesse intervalo de 30 dias | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
Anteriormente, a orientação do Ministério da Saúde era para que houvesse intervalo de 30 dias| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

Na mira: Jovens resistem à vacina

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) resolveu aderiu à campanha com postos avançados de vacinação, já que grande parte dos alunos tem entre 20 e 29 anos. Em dois dias, a instituição conseguiu imunizar 1,6 mil estudantes. O movimento é maior nos câmpus do Centro Politécnico e do Jardim Botânico. No câmpus da Reitoria, porém, o ritmo está lento. No local, estudam 4,8 mil alunos, mas, entre quinta-feira e ontem, foram vacinados apenas 438, ou seja, 10%. O maior medo dos jovens é da agulha, segundo a técnica em enfermagem da UFPR Enilce Frasson.

Alguns alunos, ainda ontem, pareciam estar receosos com a vacina. A estudante de História Ana Cláudia Pitol afirmou que ouviu muitas coisas "estranhas" sobre as possíveis reações, mas que mesmo assim vai tomar a dose. Já Felipe Pinheiro decidiu ficar longe da imunização. "Não estou preocupado, pois não conheci ninguém que tenha pego a nova gripe", diz.

Manuela Salazar, especial para Gazeta do Povo, e Pollianna Milan

Mortes: PR é o 2.° em óbitos em 2010

Até o dia 3 de abril foram contabilizados oito óbitos no Paraná em decorrência da gripe suína, o que coloca o estado em segundo lugar no ranking das unidades da federação que mais registraram mortes em 2010 por causa da nova gripe. O Pará, primeiro colocado da lista, tem um número bem acima de todos os outros: só lá foram 25 mortes. Ao todo, em todo o país, foram registrados 50 óbitos.

Foram contabilizados, ainda, 361 casos graves de contaminação da gripe H1N1 no Brasil em 2010. A região Norte está com o pior número (203), seguida da região Sul (96). O ministro da saúde, José Gomes Temporão, afirmou que a região Sul está com um índice melhor de vacinação justamente porque no ano passado teve a pior contaminação do país, por isso não lidera o ranking dos casos mais graves neste ano.

Polliana Milan

Cuidados básicos da gripe A são esquecidos por parte da população

Suspensão das aulas, restrição do fluxo de pessoas nas agências bancárias, gestantes afastadas do trabalho, unidades de saúde repletas de pessoas com sintomas da gripe A H1N1. Todas essas situações ocorreram, principalmente, entre junho e outubro de 2009, mas muitas delas parecem ter sido esquecidas por uma grande parcela da população. Algumas pessoas acreditam que a doença não causou mais mortes no Paraná. No entanto, esse não é o cenário observado. Sete pessoas morreram no estado em 2010 por causa da gripe A. As mortes foram registradas entre 1.º de janeiro e 1.º de março - período em que ainda predominavam as altas temperaturas do verão.

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  • Veja que o Paraná é o estado que mais vacinou até agora

Hoje é o dia "D" da imunização contra a gripe A (H1N1) no Brasil. Na mira: jovens de 20 a 29 anos, gestantes e doentes crônicos. Cerca de 36 mil postos vão disponibilizar a vacina à população. A iniciativa do Ministério da Saúde é uma tentativa de reverter os baixos índices de adesão à campanha até agora. Em cerca de trinta dias de campanha e a pouco mais de um mês para o seu fim, apenas 12,9 milhões de pessoas no Brasil já se imunizaram– número que equivale a cerca de 22% do público-alvo.

"Estamos, mais uma vez, convocando as pessoas das três primeiras etapas para se vacinar. Amanhã a grande maioria não trabalha, não tem aula e, por isso, pode procurar o posto de saúde para se proteger", convocou o ministro da saúde José Gomes Temporão. Em Curitiba, o dia "D" acontece em diversos pontos: unidades de saúde, mercados, terminais de ônibus, shoppings e parques.

De acordo com dados da primeira e segunda etapa, somente 32,8% dos doentes crônicos e 41% das grávidas foram vacinados no Brasil (o mínimo seria 80% para cada público). E, na primeira semana da terceira etapa (imunização de jovens de 20 a 29 anos), apenas 10% do público-alvo foi vacinado no país. "Nesta etapa dos jovens tivemos de adotar uma nova estratégia de vacinação, porque adultos não têm a cultura de se vacinar. O dia "D" é para tentar facilitar este acesso, já que muitos trabalham", explica o superintendente de vigilância em saúde da Secretaria Estadual de saúde (Sesa), José Lucio dos Santos.

A baixa adesão à campanha chamou a atenção do presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia, Alceu Fontana Pacheco. "É estranho. Você tem uma população exposta ao risco de morrer e que tem uma arma para evitar isso. Todos deveriam correr atrás", afirma.

O Paraná é o segundo estado que mais vacinou gestantes e doentes crônicis no país, depois do Maranhão, mas, mesmo as­­sim, os porcentuais estão longe do ideal. "Sabe-se que alguns gi­­ne­­cologistas e obstetras estão desaconselhando a vacinação. É pura desinformação, a vacina não vai causar mal algum", diz Pacheco.

Dados do Ministério da Saúde mostram que dos 361 casos graves registrados neste ano, 20% eram de vítimas gestantes. Dos 50 óbitos, 76% eram mulheres e 32% estavam grávidas. "Imagine a gestante que, por medo ou desconhecimento, não se vacina. Daí ela adquire a doença, morre e perde a criança. Isso não pode acontecer", afirmou o ministro. No Paraná 55% das gestantes foram vacinadas e, em Curitiba, 76,5%.

Já os doentes crônicos, segundo os especialistas, podem estar resistindo à vacina por não perceber que a gripe suína pode ser um complicador de seu quadro de saúde. Por outro lado, ao contrário dos jovens, gestantes e doentes crônicos, a imunização das crianças de 6 meses a 2 anos atingiu a meta, com 98% da população vacinada em Curitiba e 85,4% no Paraná. Só no Brasil o índice ainda está abaixo, com 66%. "Os pais têm mais responsabilidade com os filhos do que consigo mesmo", comenta a diretora do Centro de Epide­miologia da Secretaria Municipal de Saúde, Karen Luhm.

Outro grupos

Ontem, a Assembleia Legislativa do Paraná voltou a pedir que todos os paranaenses sejam vacinados. Mas, durante a coletiva de imprensa em Brasília, o mi­­nistro da saúde lembrou que o critério de cobertura enfatiza o aspecto da vulnerabilidade e de grupos que tendem a desenvolver mais síndromes a ponto de chegar a morte.

A vacinação dos jovens de 20 a 29 anos segue até o dia 23 de abril, idosos com mais de 60 anos serão imunizados entre 24 de abril e 7 de maio. Já a população de 30 a 39 anos será atendida entre 10 e 21 de maio. Idosos também terão o seu dia "D" no dia 24 de abril – eles, em especial, vão receber a vacina da gripe H1N1 e da sazonal.

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