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A vacinação contra a gripe A (H1N1) entre os doentes crônicos extrapolou em 642,2 mil doses no Paraná. A meta era vacinar 1,2 milhão de pessoas nesse grupo, mas o número chegou a 1,8 milhão – 54,6% acima do previsto. Para o secretário de estado da Saúde, Carlos Moreira Júnior, o responsável pelo aumento foi o "jeitinho brasileiro".

Para receber a vacina, as pessoas não precisavam apresentar documento que comprovasse a doença crônica (diabete, asma, obesidade mórbida, aids, entre outras). O Ministério da Saúde optou por essa alternativa para não congestionar o sistema de saúde, com pacientes em busca de atestado médico. "Como a declaração bastava, não precisava comprovar nada", diz Moreira.

Para Karin Luhm, diretora do Centro de Epidemiologia da Se­­cretaria da Saúde de Curitiba, a estratégia de vacinação foi acertada. No entanto, ela reconhece que algumas pessoas que não faziam parte do grupo de risco podem ter recebido a dose. "Como a gente trabalha com a informação declarada, se o usuário chega no serviço de saúde e afirma que tem doença crônica que faz parte da lista, cabe ao serviço de saúde aplicar a vacina."

Karin diz que outro motivo para extrapolar a previsão inicial foi subestimar o número de pacientes crônicos. A projeção foi feita estimando que 10% da população brasileira abaixo de 60 anos teria doenças crônicas, bem como 20% dos idosos. Os números de Curitiba, no entanto, apontam que a incidência de doenças é maior do que o previsto pelo governo federal entre os idosos. Na capital, a cobertura de doentes crônicos idosos chegou a 271,1%.

Idade

Usuários também podem ter mentido sobre a idade. A vacinação de crianças menores de dois anos foi extrapolada em 21% no estado. Eram previstas 226,4 mil doses, mas 274,4 mil foram imunizadas.

A recomendação da Secretaria Municipal da Saúde era que se solicitasse carteira de identidade. Porém, nem sempre as unidades fizeram isso, reconhece Karin. Para ela, esse aumento representa o temor com relação à gripe A. "O Paraná foi o estado que teve maior [taxa de] mortalidade. A população realmente está preocupada", diz. Na média brasileira, a vacinação de menores de 2 anos foi extrapolada em 11,6%. (BMW)

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