As longas viagens ao espaço, como, por exemplo, uma missão a Marte, podem expor os astronautas a níveis de radiação cósmica prejudiciais ao cérebro e acelerar o mal de Alzheimer, indicou nesta segunda-feira (31) um estudo americano.

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O estudo financiado pela Nasa exigiu submeter ratos a variadas doses de radiação, incluindo níveis comparáveis aos que os astronautas experimentariam durante uma missão a Marte.

Os ratos expostos à radiação foram muito mais propensos a não conseguir lembrar objetos ou lugares, o que sugere uma deterioração neurológica precoce.

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"A radiação cósmica galáctica representa uma ameaça importante para os futuros astronautas", disse Michael O'Banion, professor da Universidade de Rochester e principal autor do estudo, publicado na revista científica PLoS ONE.

"Este estudo demonstra pela primeira vez que a exposição a níveis de radiação equivalentes a uma missão a Marte pode produzir problemas cognitivos e acelerar as mudanças no cérebro que estão associadas à doença de Alzheimer", explica.

A Nasa planeja missões tripuladas a um asteroide longínquo em 2021 e a Marte em 2035. Uma viagem de ida e volta ao planeta vermelho pode levar até três anos.

Enquanto o espaço está repleto de radiação, o campo magnético da Terra protege, em geral, o planeta e os seres humanos localizados em uma órbita baixa da Terra destas partículas. Mas, uma vez que os astronautas saem da órbita terrestre, estão expostos a uma chuva de radiações diferentes.

Nos últimos 25 anos, a Nasa financiou pesquisas para determinar os riscos potenciais das viagens espaciais para a saúde humana, com o objetivo de desenvolver contra-medidas e determinar se estes riscos podem colocar em perigo as missões tripuladas prolongadas ao espaço profundo.

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Vários estudos anteriores demonstraram o potencial de desenvolver câncer, doenças cardiovasculares e transtornos musculoesqueléticos pelo impacto da radiação cósmica galáctica.

Mas o estudo da Universidade de Rochester examinou o potencial impacto da radiação espacial na neurodegeneração e, em particular, nos processos biológicos no cérebro que contribuem para o desenvolvimento da doença de Alzheimer.

Os cérebros dos ratos também mostraram sinais de alterações vasculares e uma maior acumulação da beta-amilóide, a proteína "placa" que se acumula no cérebro e que é uma das características da doença.