Você usa o travesseiro certo?

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Uma pessoa passa, em mé­­dia, 24 anos da sua vida dormindo. Portanto, quan­­do se pensa em qualidade de vida, dormir bem é essencial. Além da posição em que se deita e de um bom colchão, existe outro fator crucial para uma noite de sono agradável: o travesseiro.

O primeiro passo é escolher um que permita que pescoço e coluna fiquem alinhados. "A cabeça não pode ficar mais para baixo nem para cima. Tem de ficar em linha reta, formando 90º com o ombro. Isso vale para todas as idades", diz o diretor da Socie­dade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia da Regional Para­ná, Décio De Conti.

O formato ideal depende do modo como a pessoa se deita. Se é de barriga para cima, a altura do travesseiro deve preencher o espaço que fica entre a cama e o pescoço. Se é de lado, a altura é maior, preenchendo o espaço do ombro até a cabeça. Dormir de bruços deve ser evitado porque a pressão sobre a coluna é maior, o que causa problemas lombares e dores no pescoço.

Durante uma noite inteira de sono, nem sempre é possível manter a mesma posição até porque, inconscientemente, a pessoa muda de lado. "A pele faz pressão sobre os ossos e o cérebro compreende que a posição deve ser alterada. Ele não permite que se fique mais do que 11 minutos de um mesmo jeito", diz Conti. O membro do grupo de Cirurgia da Coluna do Hospital Cajuru e professor de ortopedia da Pontifícia Univer­sidade Católica do Paraná (PUCPR), Emiliano Vialle, lembra que, quando a pessoa se mexe, o travesseiro muda de posição, e o colchão também. Por isso a posição correta depende da interação entre os dois."Um colchão muito macio vai fazer com que o travesseiro também afunde, o que modifica a distância correta. O ideal seria escolher o travesseiro experimentando-o no colchão semelhante ao que se tem em casa", explica. Se for muito duro, o travesseiro deve ser maior. Se for mole, deve ser menor, para que compense a deformação do colchão.

Alerta

Alguns sinais indicam que o travesseiro está sendo usado de forma errada. Segundo o ortopedista do Hospital Santa Cruz, Alexandre Pimpão, o primeiro deles é quando a pessoa acorda dolorida, como se tivesse acabado de praticar uma atividade física. Além disso, torcicolos frequentes, amortecimento nas mãos, dor na musculatura do pescoço – atrás e lateralmente – e na coluna também indicam problemas. Se a pessoa não consegue dormir na posição que deveria, o ideal é fazer tratamentos constantes, como a reeducação postural global (RPG), pilates ou fisioterapia. "Isso acontece quando a pessoa precisa dormir com o travesseiro mais alto por ter dificuldades respiratórias ou refluxo alimentar", explica.

Apenas o travesseiro não é capaz de causar doenças mais graves, mas associado a fatores genéticos e a falta de atividade física pode provocar artrose. Neste caso o tratamento é feito com medicamento e a recuperação é lenta.

Materiais

Antes de decidir por um ou outro travesseiro, verifique o que vai dentro deles

Aglomerados de espuma

Acumulam sujeira e fungos, o que causa alergia. Alteram de volume com o tempo, o que faz com que a pessoa mude com frequência de posição, causando mais dor.

Penas de animais

Podem juntar mais fungos e sujeira do que os outros materiais, piorando os sintomas de alergia.

Látex

Além de serem mais confortáveis, adaptam-se bem a diferentes posições sem sofrer grandes deformações.

Viscoelático

Desenvolvidos com tecnologia da Nasa, são recomendados por alguns médicos e ignorados por outros. Não existe pesquisa na área médica que indique se esse travesseiro é, ou não, eficiente.

Fonte: ortopedistas Emiliano Vialle, Alexandre Pimpão e Décio De Conti