Sabe aquele sabor que arrebata? Foi assim, fulminante. Provei e me apaixonei por ele.
Tinha acabado de fazer um pão e não haveria melhor oportunidade do que aquela para provar o novo produto.
O que era? Manteiga ghee com bottarga, o novo lançamento da Bottarga Gold, que chega até nós por meio da Trapiche Pescados.
Foi o Bernardo Fuck quem me avisou. Ele e o pai dele, Cassiano, fazem uma parceria sólida, tanto na produção da bottarga, em Santa Catarina, quanto na distribuição de todo e qualquer tipo de pescado que se possa imaginar. De tal maneira que começaram atendendo somente restaurantes e pessoas jurídicas, mas, com as restrições da pandemia, também abriram para a compra direta do consumidor final, a partir de abril de 2020 (escrevi sobre isso, na ocasião). O que, aliás, foi um grande sucesso.
Volta e meia compro lá na Trapiche, principalmente artigos que sei não encontrar em outros locais. Como Ouriço do mar, por exemplo, o Uni, dos restaurantes japoneses. Ou peixe tipo haddock, feito com prego, que dá um sabor bem próximo ao original, que tem preço proibitivo.
Mas dessa vez a novidade era outra e fui lá checar. A manteiga ghee normal (aquela que é clarificada, que separa a lactose da gordura) é misturada com 40% da bottarga em pó e aí vem o resultado, com aquela explosão de sabor que já descrevi acima.
Bottarga, o “caviar brasileiro”
Ah, sim, tem gente que pode não saber o que é a bottarga. Trata-se do processo de cura das ovas da tainha, com a salga da bolsa com as ovas e aí a transferência para uma estufa, onde ali elas permanecem de quatro a cinco dias e perdem cerca de 35% a 40% de água. Com isso, o sabor é mais concentrado e único, seguindo os ditames históricos do início do processo, que vem de séculos atrás, com os fenícios, ganhando espaço e predileção entre os italianos, especialmente na Sicilia, onde a bottarga é patrimônio local.
Conheci a bottarga – e provei pela primeira vez – em Santa Catarina. Mas não foi na Bottarga Gold, que ainda viria anos depois. Foi em Governador Celso Ramos, no hotel/resort Ponta dos Ganchos, lá por meados dos anos 2000.
Fui conhecer a gastronomia diferenciada do lugar, por conta do chef Luis Salvajoli, e ele serviu algo com bottarga. Achei muito saboroso e me interessei pelo tema. Então ele me contou que era feita ali mesmo, numa estufa pequena, mas cuja produção atendia a contento a demanda do hotel.
Aqui no Brasil, desde 2008, a bottarga é produzida em Itajaí, por iniciativa de Cassiano Ricardo Fuck, que, então, criou a Bottarga Gold, que é do mesmo grupo da Trapiche Pescados, ocasião em que definiu a saborosa ova da tainha como “o caviar brasileiro”.
E foi lá que surgiu agora essa feliz mistura entre a ghee e a bottarga, em duas versões, das que são vendidas pela empresa: Granulada, para dar textura, e ralada, para deixar o sabor bem presente.
A Manteiga ghee com bottarga pode ser encontrada em embalagens com dois tamanhos: 200g a R$ 59,0 e 500g a R$ 139,90. O contato para os possíveis interessados pode ser feito por meio deste endereço da Trapiche Pescados, onde estão todas as informações e as maneiras de comprar.
Dá para passar no pão, na torrada, como fiz. Mas também pode ser interessante na finalização de pratos, conforme a criatividade de cada um.
A minha já está quase acabando. Acho que terei de ir lá novamente, muito em breve.
Cachaça envelhecida
Mas ainda descobri mais. Além de tudo que já citei, A Bottarga Gold também produz cachaça. Sim, cachaça, mas não qualquer uma. Em parceria com a Bylaardt, de Luiz Alves/SC (referência nacional na produção de cachaça, com tradição desde 1943), lançou a Cachaça Bottarga Gold Extra Premium, em busca do perfeito equilíbrio com a bottarga.
A argumentação é a comparação com o que há lá fora. O caviar, na Rússia, é consumido com vodca. No Japão, o karasumi, que é análogo à bottarga mediterrânea, ganha harmonização com saquê. Foi daí que veio a ideia de buscar a melhor combinação para a bottarga catarinense.
E nada mais indicada do que uma cachaça também catarinense, de produtor renomado e premiado, resultando numa bebida amarelo dourada, quase âmbar (a cor da bottarga), consequência do envelhecimento por 18 anos em barril de carvalho francês.
Características como potência e elegância, associadas ao dulçor agregado pelas notas amadeiradas permitem harmonizar a bebida com carnes assadas, queijos de massa dura, molhos potentes e até sobremesas baseadas em chocolate ou doce de leite.
Muita coisa, enfim. Muita qualidade ao mesmo tempo, marcando os cuidados e as exigências de uma empresa que preza sempre pelo melhor. E consegue nos dar o prazer de degustar a todo momento.
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