A escalada de crises no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – agravada pela disparada da inflação e pela acirrada disputa entre o Congresso e o Palácio do Planalto por recursos do Orçamento da União – despertou o senso de oportunidade de parlamentares que veem no semipresidencialismo uma solução para os resistentes impasses entre os poderes.
O sistema semipresidencialista estabelece que um Presidente da República eleito pelo voto direto da população divida o poder com um primeiro-ministro nomeado por ele, em consenso com a maioria dos congressistas. Nesse sistema, o presidente eleito fica responsável pela política externa e pelas Forças Armadas. O premiê, escolhido entre deputados e senadores, cuida da política interna do país. Não há a figura do vice-presidente.
Segundo defensores da mudança do sistema de governo, os presidentes da República no Brasil correm o sério risco de impeachment quando acometidos por crises fiscais, falta de uma base parlamentar sólida e ainda queda de popularidade. Quando o impeachment não é possível, resta ao governo seguir enfraquecendo gradativamente até a próxima eleição presidencial. Nesse cenário, o país fica paralisado em um estado prolongado de incerteza, onde o governo não consegue aprovar suas pautas e projetos nem a oposição avança com suas demandas.
Brasil tem tarifas de importação cinco vezes superiores às dos EUA
As altas tarifas de importação brasileiras sobre produtos norte-americanos colocaram o país no radar do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Dados do Banco Mundial revelam que o Brasil aplica uma taxa média de 11,3% sobre bens dos EUA, enquanto os americanos cobram apenas 2,2% sobre produtos brasileiros, uma diferença superior a cinco vezes. A diferença tem motivado ações protecionistas por parte do governo norte-americano.
Na última quinta-feira (13), Trump instruiu sua equipe econômica a calcular novas tarifas de importação, baseadas em impostos, taxas regulatórias e barreiras enfrentadas por produtos norte-americanos no exterior. A estratégia, chamada de "tarifas de reciprocidade", será definida país a país.
Segundo a Bloomberg, essa pode ser uma das ações mais disruptivas de Trump para a economia global, intensificando críticas sobre a tributação e regulamentação de outros países. "Aliados costumam ser piores que inimigos no comércio", afirmou Trump ao justificar a decisão.
Musk compartilha post sobre manifestação por impeachment de Lula
O empresário Elon Musk compartilhou, na noite desta sexta-feira (14), postagem na rede social X que informa sobre a convocação, para 16 de março, de manifestações pelo impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Wow” (“uau”), comentou Musk, ao republicar tuíte do jornalista Mario Nawfal, com imagens de multidões que tomaram a avenida Paulista em 2015 e 2016, em atos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Como o acordo MEC-USAID, feito durante a ditadura militar, impactou a educação brasileira
A primeira vez em que a Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional (USAID) provocou controvérsia no Brasil foi há seis décadas. Na época, entre junho de 1964 e meados dos anos 70, o Ministério da Educação firmou um total de 12 acordos com a organização americana. Quando os documentos vieram a público, a oposição reagiu com protestos e manifestações na imprensa — a ditadura militar já estava instalada, mas manifestações ainda eram toleradas. Os chamados “acordos MEC-USAID” iriam privatizar o ensino público e inviabilizar qualquer formação humanitária dos jovens, dizia-se, com exagero.
Mesmo após se passarem tantos anos, a USAID continua interferindo no Brasil, mas de modo diferente: mais de duas dezenas de ONGs brasileiras receberam ao menos R$ 267 milhões da agência nos anos de 2023 e 2024, segundo dados do governo americano.
Em 2021, a agência americana e o Tribunal Superior Eleitoral realizaram ao menos duas ações conjuntas, a pretexto de para combater “desinformação” e “notícias falsas” no período eleitoral. A organização banca organizações que atuam na Amazônia e em projetos em defesa do aborto, promoção de pautas LGBTQIA+, mídias "independentes" e ativismo digital ligado à política partidária, especialmente com viés de esquerda.
Nos anos 1960, o foco era diferente: a USAID foi contratada para fornecer subsídios e apoio técnico americano para preparar uma ampla reforma educacional, que, de fato, acabou por ser realizada, com base principalmente em duas leis, a 5.540/68, que promoveu uma ampla mudança estrutural no ensino universitário, e a 5.692/71, que fundiu os cursos primário e ginasial em um único ciclo inicial, o primeiro grau.
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