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No Sem Rodeios desta segunda-feira (29), a partir das 14h, nossos comentaristas analisam as evidências de fraude nas eleições da Venezuela, após o órgão sob controle da ditadura de Nicolás Maduro anunciar uma vitória com 51,20%. Claudio Dantas, Jorge Serrão e Marco Antônio Costa também comentam sobre a repercussão negativa da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris e o pronunciamento controverso do presidente Lula, com distorção e omissão de dados e informações.

"Democracia relativa" na Venezuela

A vitória altamente questionável de Maduro para seu terceiro mandato consecutivo, anunciada pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) na madrugada desta segunda-feira (29), dividiu a comunidade internacional entre os que manifestaram preocupação com a falta de transparência na votação e as ditaduras aliadas que parabenizaram o chavista pelo pleito "histórico".

O anúncio do CNE foi feito no primeiro boletim oficial sobre as eleições, segundo o qual a apuração dos votos era de 80% do total. Até então, Maduro tinha 51,20%, contra 44,2% do candidato da principal coalizão de oposição, Edmundo González Urrutia, de acordo com os dados oficiais divulgados.

O presidente do órgão eleitoral, Elvis Amoroso, principal operador da ditadura chavista, divulgou os primeiros números mais de seis horas após o fechamento dos centros de votação. Ele "garantiu" que “nas próximas horas” o CNE divulgaria em seu site os detalhes do resultado e forneceria aos partidos políticos que concorreram um relatório digital, algo que ainda não foi feito. Antes de anunciar o resultado, Amoroso alegou que o sistema de transmissão de dados sofreu um ataque hacker, que será investigado, mas não deu mais detalhes do episódio.

O ditador da Venezuela, no poder desde 2013, pediu “respeito pela vontade popular” depois de ser proclamado "presidente" reeleito neste domingo (28) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), em eleições questionadas pela oposição e comunidade internacional. “É isso que pinto como presidente, respeito pela Constituição, pelos poderes públicos e pela vida soberana da Venezuela, respeito pela vontade popular (…) Vou defender a nossa lei e o nosso anseio”, afirmou aos apoiadores que se reuniram perto do palácio presidencial para ouvir seu "discurso de vitória".

"Lacração" na abertura das Olimpíadas

A Igreja Católica e, sobretudo, algumas personalidades da direita francesa criticaram várias sequências da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, que, em contrapartida, foi recebida com entusiasmo pela esquerda e por membros do governo da França. Em um comunicado divulgado neste sábado, a Conferência Episcopal francesa disse que a cerimônia ofereceu “ao mundo inteiro momentos maravilhosos de beleza e alegria, ricos em emoção e universalmente aclamados”, mas, ao mesmo tempo, “lamentou profundamente as cenas de escárnio e zombaria do cristianismo”.

Os bispos franceses lembram a “todos os cristãos de todos os continentes que se sentiram feridos pela desmesura e provocação de certas cenas que a celebração olímpica deve estar muito acima dos preconceitos de alguns artistas”. Eles não citaram uma sequência específica da cerimônia, mas está claro que se referiram à que foi intitulada “Festividade”, uma paródia óbvia da Última Ceia de Jesus Cristo com seus apóstolos. No caso, o personagens bíblicos foram substituídos por drag queens, uma modelo trans e o cantor Philippe Katerine quase nu, com alguns atributos de Dionísio, o deus grego do vinho e da festa, além de incluírem uma criança em cena.

O Comitê Olímpico Internacional pediu desculpas pelo "equívoco" e esse trecho foi retirado da transmissão oficial no YouTube.

Em contrapartida, a atleta Rayssa Leal viralizou nas redes sociais ao fazer, em libras, menção ao versículo da Bíblia em João 14:6, dizendo que "Jesus é o caminho, a verdade e a vida".

Uma cena envolvendo a judoca brasileira Larissa Pimenta emocionou o mundo neste domingo (28). Após vencer a italiana Odette Giuffrida na decisão pela medalha de bronze nos Jogos Olímpicos, a jovem de 25 anos se abaixou no centro do tatame e permaneceu ali, chorando. Nesse momento, sua adversária, que sabia da fé cristã da colega, se aproximou para encorajá-la a glorificar a Deus.

“Eu não estava entendendo o que estava acontecendo e não tinha força para levantar, e ela me falou: ‘levanta porque toda honra e toda glória você tem que dar para Ele’, e eu tentei”, relatou a brasileira em entrevista ao portal Globo Esporte.

Nas imagens transmitidas ao vivo após a luta pela medalha, não é possível ouvir o que a italiana diz à Larissa, mas fica evidente que suas palavras e seu abraço dão força à brasileira. A partir disso, “todos começaram a me perguntar o que ela tinha falado”, comentou a judoca na entrevista, explicando que a adversária também fala português, e que as duas já tinham conversado anteriormente a respeito de fé.

Lula culpa Bolsonaro e distorce fatos em pronunciamento

Neste domingo (28), em pronunciamento à nação, o presidente Lula (PT) fez um balanço dos primeiros 18 meses de governo. No pronunciamento, Lula reforçou promessas de campanha e repetiu ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), usados pelo petista desde que retornou à Presidência.

“O Brasil era um país em ruínas. Diziam defender a família. Mas deixaram milhões de famílias endividadas, empobrecidas e desprotegidas. Mas é sobre reconstrução e futuro que eu quero falar. Antes mesmo de começarmos a governar, tivemos que buscar recursos para cobrir o rombo bilionário deixado pelo governo anterior”, disse Lula em um trecho do pronunciamento. 

Acompanhe o Sem Rodeios de segunda a sexta-feira, às 14h, no site da Gazeta do Povo, nos aplicativos para Android e iOS, e no canal do YouTube.

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