Um velho adágio político diz que, se uma pessoa não é de esquerda quando jovem, não tem coração, mas se não se torna mais conservadora quando madura, não tem cérebro. Se é verdade, Felipe Neto é um dos exemplos de marcha à ré nessa tendência, como ele deixa claro em seu novo livro “Como enfrentar o ódio: a internet e a luta pela democracia” (Companhia das Letras).
O influenciador, que disse um dia “cadeia neste corrupto chamado Lula, neste safado, neste ladrão, neste delinquente desgraçado que afundou o nosso país” (2016, quando tinha 28 anos) agora diz “Entre Lula e Bolsonaro, não há polarização, o que há é a disputa entre a sensatez e a barbárie, entre a paz e a violência, entre a vida e a morte” (escreveu agora com 36 anos, no livro). Dilma Rousseff, se antes “escarrou na nossa cara” ao tentar nomear Lula para a Casa Civil, agora é “absolutamente incorruptível”.
Com frequência, Felipe Neto descreve sua posição “de direita” anterior como “ódio”. Quando fez as pazes com o PT, ele postou uma foto com Lula em 25 de setembro de 2022 e colocou a legenda “É hora do amor vencer o ódio! Lula 13 no primeiro turno!” — ele recebeu agradecimento do então candidato no mesmo dia (“Feliz com nosso encontro, seu apoio e confiança”, disse Lula), mas curiosamente deletou a postagem depois.
Como Trump pode afetar o Judiciário brasileiro
A direita brasileira tem especulado sobre o que pode acontecer em relação aos abusos do Supremo Tribunal Federal (STF), do ponto de vista diplomático, se Donald Trump retornar à Casa Branca, nas eleições que acontecem nos Estados Unidos amanhã (5).
O candidato e ex-presidente não fez nenhuma declaração explícita sobre o assunto durante a campanha, mas as especulações têm como base uma série de sinalizações vindas de Washington nos últimos meses.
Membros do Congresso dos Estados Unidos têm manifestado publicamente sua preocupação e agido contra a escalada de autoritarismo e censura por parte de magistrados brasileiros, especialmente de Alexandre de Moraes.
Em setembro de 2024, os deputados republicanos Darrell Issa, da Califórnia, e María Elvira Salazar, da Flórida, apresentaram um projeto de lei intitulado "No Censors on our Shores Act" [Ato Contra Censores em Nossas Fronteiras]. A proposta visa sancionar nos Estados Unidos autoridades estrangeiras que, no exercício de suas funções, tenham agido contra a liberdade de expressão em outros países.
A multa russa imposta ao Google superior ao PIB mundial
A Justiça da Rússia aplicou uma multa de 2 undecilhões de rublos – 2 seguido de 36 zeros – contra a gigante de tecnologia americana Google, devido ao bloqueio de canais pró-Kremlin no YouTube.
O valor absurdo equivale a cerca de US$ 20 decilhões — 2 seguido de 34 zeros. Para se ter uma ideia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) de todo o mundo será de US$ 110 trilhões em 2024 — 11 seguido de 13 zeros.
O canal de notícias russo RBC relatou que a multa foi requerida por 17 canais de televisão e outros meios de comunicação russos bloqueados no YouTube devido ao seu apoio à invasão promovida pela ditadura de Vladimir Putin à Ucrânia desde 2022.
Segundo informações da agência Tass, se a multa não for paga dentro de nove meses, o valor começará a dobrar diariamente.
PT se une a socialistas americanos para criticar eleições nos EUA: “É um teatro”
Os efeitos de uma possível vitória de Trump sobre o Judiciário brasileiro
Ódio do bem: como o novo livro de Felipe Neto combate, mas prega o ódio. Acompanhe o Sem Rodeios
Brasil na contramão: juros sobem aqui e caem no resto da América Latina
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS