O ministro do STF Alexandre de Moraes quebrou há pouco o sigilo do relatório da Polícia Federal sobre a suposta tentativa de golpe de Estado que levou ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. O programa Sem Rodeios desta terça-feira (26) repercute a abertura do sigilo, a expectativa pela divulgação do inquérito e a entrevista do ex-presidente, na noite desta segunda-feira (25), ao chegar no Aeroporto de Brasília após passar férias em São Miguel dos Milagres, no litoral de Alagoas.
Segundo Bolsonaro, “ninguém vai dar golpe com um general da reserva e meia dúzia de oficiais”. Além dele, outras 36 pessoas – entre ex-ministros, aliados e militares – foram indiciadas pela PF.
O programa fala ainda da suspensão de última hora de uma reunião entre parlamentares brasileiros e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). A comissão justificou o cancelamento mencionando um convite do governo Lula para que o relator especial para liberdade de expressão da CIDH venha ao Brasil dialogar com diferentes atores.
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Relatório de Moraes coloca Bolsonaro à beira do abismo
Durante a coletiva, Bolsonaro foi questionado se temia ser preso após o novo indiciamento, ele afirmou que pode ser detido a qualquer momento. “Eu posso ser preso agora, ao sair daqui [do Aeroporto de Brasília]”, apontou.
A expectativa é que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes envie à Procuradoria-Geral da República (PGR) o relatório da PF sobre a suposta trama golpista nesta terça (26).
Bolsonaro disse que chegou a cogitar decretar Estado de sítio após o PL ser multado em R$ 22 milhões por questionar a segurança das urnas e o resultado das eleições de 2022. No entanto, ele destacou que essa possibilidade foi descartada.
“Se o presidente, usando de má-fé ou desinformação, assina [o decreto] e manda para lá [Congresso], ele está em curso em crime de responsabilidade. Mas tínhamos um problema no Brasil? Tínhamos um problema”, afirmou.
O ex-presidente ressaltou que a “palavra golpe” nunca esteve em seu dicionário, mas disse que avaliou “todas as medidas possíveis” dentro da Constituição. “Se alguém viesse falar de golpe comigo, eu perguntaria: ‘E o day after? O dia seguinte? Como a gente fica perante o mundo?’”, apontou.
Brasil tem portas fechadas na OEA
A suspensão de última hora de uma reunião entre parlamentares brasileiros e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) reforça os obstáculos enfrentados pela direita para ser ouvida pela instituição. A comissão justificou o cancelamento mencionando um convite do governo Lula para que o relator especial para liberdade de expressão da CIDH venha ao Brasil dialogar com diferentes atores. Coincidentemente, no mesmo dia em que estava prevista a reunião com parlamentares, a comissão se reuniu com ONGs brasileiras para discutir questões indígenas, também envolvendo debates sobre liberdade de expressão.
Em um dos e-mails enviados aos parlamentares, a CIDH explicou que o cancelamento foi devido ao “recebimento de um convite do governo brasileiro para visitar o país e escutar as mais diversas vozes sobre o tema”. Com passagens já compradas e despesas custeadas pelo Congresso Nacional, os deputados federais Bia Kicis (PL-DF) e Marcel van Hattem (Novo-RS), e o senador Eduardo Girão (Novo-CE) pressionaram para garantir uma audiência, que acabou sendo realizada, mas a portas fechadas e sem a presença de um representante do Estado brasileiro.
Parlamentares brasileiros têm buscado apoio na esfera internacional desde 2019 para denunciar casos de censura no país. Os deputados levaram à comissão denúncias de abusos em processos em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF), com suspensões de contas em redes sociais — afetando parlamentares, influenciadores, jornalistas e até cidadãos comuns.
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O programa Sem Rodeios traz a melhor análise diária do noticiário de política e dos bastidores de Brasília com comentários ao vivo de Jorge Serrão, André Marsiglia, Cláudio Dantas, Karina Michelin e Deltan Dallagnol. Apresentado por Guilherme Oliveira, vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 13h30, no site da Gazeta do Povo, nos aplicativos de Android e Iphone e no canal do YouTube.
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