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Flora (Patrícia Pilar) em cena da novela A Favorita: fãs da trama poderão acompanhá-la em alta definição a partir da quarta-feira | Frederico Rozario/TV Globo
Flora (Patrícia Pilar) em cena da novela A Favorita: fãs da trama poderão acompanhá-la em alta definição a partir da quarta-feira| Foto: Frederico Rozario/TV Globo
  • Torre da RPC TV, no bairro Mercês: transmissão em UHF e VHF
  • Veja as localidades beneficiadas pelo sinal digital

Será que Zé Bob vai conseguir levantar provas para denunciar a quadrilha de Diva? E Donatela, conseguirá revelar as maldades da vilã Flora e recuperar sua verdadeira identidade?

Pelo menos para alguns bem equipados telespectadores de Curitiba, essas perguntas vão ficar um pouco de lado durante o capítulo de quarta-feira da novela A Favorita. Quem se preparou e adquiriu um conversor digital ou já possui um dos modernos televisores dotados de conversor embutido vai poder ver o folhetim das 9 com imagem de alta definição, pelo canal 41. Assim, irá acompanhar a trama com muito mais detalhes – detalhes de imagem, pelo menos.

As transmissões desta semana são pioneiras. A RPC TV Paranaense (que pertence ao mesmo grupo de comunicação que edita a Gazeta do Povo) é a primeira emissora do Sul do país a transmitir no sistema conhecido como HDTV (High Definition Television, ou televisão de alta definição). A tecnologia estreou no país em dezembro do ano passado, em princípio apenas em São Paulo. Já chegou também ao Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizon-te e Goiânia. Mesmo nessas cidades, são limitadas as opções de programação – poucas emissoras ainda estão transmitindo em HDTV. Em Curitiba, as outras emissoras não estipularam prazos para começar a transmitir programação digital.

Em princípio, três programas passarão a ser transmitidos 100% em alta definição: A Favorita, o seriado A Grande Família e o noticioso Globo Repórter. Além deles, alguns jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol também serão gerados e transmitidos em HDTV. Alguns filmes também devem ir ao ar com a nova tecnologia. Nesse caso, será preservado o tamanho original dos filmes, já que o formato da tela nas transmissões digitais usa o padrão 16:9, que é o mesmo das telas de cinema. Será como assistir a um DVD no formato Widescreen. Em termos de produção local, a RPC pretende gravar nas próximas semanas quadros para os "Causos e Causos", que vão ao ar aos domingos na Revista RPC.

Além da imagem mais bonita (cada quadro é seis vezes mais detalhado do que o sistema atual; veja reportagem na página 3 para entender melhor), a recepção digital elimina chuviscos e imperfeições. Se o sinal digital da RPC chega a uma residência, os telespectadores poderão assistir aos programas com imagem de cinema. A explicação é simples: como a imagem é transmitida em blocos de informação digital, quando o televisor os recebe ele os decodifica e apresenta cores e contornos sempre idênticos aos originais, sem interferência.

Em pequenas doses, a tevê digital entrou em Curitiba em maio. Foi quando começaram as transmissões experimentais, numa parceria entre a RPC e técnicos da Universidade Técnica Federal do Paraná (UTFPR). Só que nesses primeiros testes era transmitido sempre um sinal "neutro". Em HDTV assistia-se uma seqüência de paisagens, imagens de animais e cenas de uma família brincando numa piscina, tudo acompanhado por música. Nos testes pelo padrão 1seg (criado para dispositivos móveis, como celulares e mini-tevês), o cardápio era formado por antigas reportagens do jornalismo da RPC. As transmissões comerciais em 1seg também começam na quarta-feira (veja na página 4 como funciona o sistema e quais são os modelos de celular capazes de receber o sinal).

Os testes eram acompanhados por uma unidade móvel da emissora, que avaliou a qualidade do sinal em diferentes pontos da Região Metropolitana de Curitiba. Com base nesses testes foi possível definir a área de abrangência do sinal digital da RPC, que pode ser conferido no mapa ao lado. A RPC estima em 2,5 milhões de pessoas o público potencial da HDTV.

Para ter acesso a todas essas novidades será preciso ter alguns equipamentos especiais, como o conversor (também chamado de set-top box) e a antena UHF. Ambos estão à venda nas lojas da capital. Quem não quiser ou não puder aderir à tecnologia agora pode aguardar: as transmissões continuarão a ser feitas no formato analógico ainda por alguns anos.

Este caderno especial foi pensado para dar mais informações ao leitor interessado em tevê de alta definição. Para saber mais, é só virar a página.

Dois eventos marcam o início das transmissões

Dois eventos diferentes, em Curitiba, marcarão o primeiro dia de transmissões oficiais de televisão digital em Curitiba. O primeiro ocorre às 17 horas, no auditório da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Nessa ocasião, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, assinará o termo de consignação para o canal digital que será operado pela RPC TV Paranaense.

A medida é necessária porque, durante o período de transição da tevê analógica para a digital, será necessário manter as transmissões em duas freqüências diferentes. Numa delas, o canal 12 VHF, continuará indo ao ar o sinal analógico. No outro (o 41 UHF) será transmitido o sinal digital. Além de Hélio Costa, participará da solenidade o presidente das Organizações Globo, Roberto Irineu Marinho.

Mais tarde, às 19 horas, a RPC TV fará um lançamento oficial para autoridades, empresários e profissionais que atuam no setor de comunicação.

Gazeta faz promoção com equipamentos

Uma promoção da Gazeta do Povo vai baratear a entrada dos curitibanos no mundo da televisão digital. O jornal lançou na semana passada uma campanha em que os assinantes poderão comprar conversores e acessórios para receber o sinal digital pelo computador, a preços subsidiados.

Quem quiser uma caixinha conversora para receber as imagens em seu aparelho de televisão poderá pagar dez parcelas mensais R$ 15, além da sua assinatura. Ao fim do período, terá o aparelho por R$ 150 – menos da metade do preço de mercado, que está em torno de R$ 500.

Se a opção for pelo PenTV, acessório usado em laptops e computadores de mesa, o leitor pagará dez parcelas de R$ 5. Ao fim do período, terá em mãos por R$ 50 um equipamento que custa nas lojas perto de R$ 300.

A campanha é restrita a assinantes, novos e antigos, com endereço em Curitiba e região metropolitana.

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