Para ir direto ao ponto: lançado no Brasil no fim do mês passado, o Galaxy S6, da Samsung, leva ao pé da letra o título de “top de linha”. É um celular com aspecto de premium e configurações que reúnem o que há de melhor por aí no mercado. Conexão 4G, NFC, tela com resolução Quad HD, processador Octa Core, sensor de medição de batimentos cardíacos, acabamento em metal... E um preço a partir de R$ 2.999.
Com tanta variedade no mercado, é difícil não pensar no quesito preço. Vale a pena investir praticamente R$ 3 mil em um celular? Falando não como jornalista, mas como usuário e entusiasta de aparelhos eletrônicos, eu diria que não. Ficaria muito mais à vontade, por exemplo, investindo esse valor em um bom notebook ou mesmo em um videogame de última geração, como o PlayStation 4 ou Xbox One (há quem diga que games são mais supérfluos ainda). Mesmo que eu passe o dia inteiro fuçando nas redes sociais, tirando fotos da cidade em cada esquina (afinal, o Instagram precisa ser abastecido) e jogando um game dentro do ônibus, ainda acho um valor impeditivo. Ainda mais que hoje, por menos de R$ 1 mil, já é possível comprar bons smartphones, das mais variadas marcas.
Digo tudo isso pra reforçar como comprar um celular pode ser uma ação passional. Quase como adquirir uma camisa de marca ou um carro esportivo “top”. No fim, independente do modelo ou da faixa de preço, é possível que o desempenho varie pouco de um produto para o outro – seja investindo o dobro do seu salário ou o mínimo possível, você vai conseguir sair na rua vestido, dirigir até o outro lado da cidade ou acessar seu Facebook. Mas sejamos honestos: claro que passear pela cidade com uma Ferrari faria mais bem ao ego do que acelerar um Gol 2010.
Enfim, o S6
Deixando o quesito preço de lado – e as demais divagações sobre o apelo das marcas –, é preciso reconhecer que a Samsung apresentou uma grande evolução para sua linha S. O que primeiro salta aos olhos (e não poderia deixar de ser diferente) é o visual refinado do S6, com acabamento em metal e bordas arredondadas – a carcaça traseira não pode ser removida para se retirar a bateria.
A parte traseira também mudou e vem nas cores preta, branca, dourada e azul. Como disse lá em cima, é um celular com aspecto de premium, mas que também consegue ser discreto. Há proteção Gorilla Glass 4 nos dois lados (frente e verso).
O S6 também é mais leve do que seu antecessor – pesa só 138 gramas – e tem uma pegada agradável, até por não ser um aparelho tão robusto quanto outros phablets. A tela tem “apenas” 5.1 polegadas e apresenta uma resolução Quad HD de 2560 x 1440 pixels que permite cores vibrantes e uma excelente visualização de fotos e vídeos.
Câmeras
O conjunto de câmeras possivelmente é o quesito que mais empolga no celular. A traseira tem 16 MP e a frontal, 5 MP (seus selfies estão garantidos, fique tranquilo). Mais do que a ótima resolução das imagens, o S6 permite uma resposta imediata no momento do disparo – clicou, capturou.
As duas câmeras do celular são equipados com lentes de F1.9. A íris do S6 é 60% maior do que o do Galaxy S5, o que na prática significa que pode absorver mais luz, permitindo imagens mais claras, independente da configuração.
Os comandos de voz, tanto para foto quanto para vídeo, respondem perfeitamente e facilitam na hora de fazer os flagrantes. Outro recurso interessante é poder selecionar o foco da imagem após a foto ser tirada, pelo modo “foco seletivo”.
Desempenho
No S6, a Samsung optou por usar um processador próprio da marca, o Exynos 7420, em vez de optar mais uma vez pela onipresente linha Snapdragon, da Qualcomm. Completam o pacote 3 GB de RAM e um processador octa-core (para esmiuçar, trata-se de um quad-core Cortex-A53 de 1,5 GHz junto de um quad-core Cortex-A57 de 2,1 GHz).
Na prática, essas especificações permitem que o celular rode de forma fluída, rápida e estável, mesmo quando se acessam jogos pesados ou com dois apps abertos de forma simultânea (é possível “repartir” a tela entre os aplicativos). O fato da configuração básica já vir com 32 GB de armazenamento ajuda e adia a velha dor de básica de qualquer dono de celular de ver a memória lotando com aplicativos e suas atualizações cada vez maiores.
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Assistente
Por fim, um recurso interessante que merece ser testado e adotado é o assistente do celular via comandos de voz, uma tendência que outras marcas também têm adotado. O usuário grava um comando de ativação qualquer (seja um nome ou uma expressão) e passa a falar esse comando próximo do celular para “acordar” o aparelho e ordenar ações, sem tocar um único botão.
É possível, por exemplo, solicitar que o S6 trace uma rota até algum local (o navegador via GPS é iniciado automaticamente), faça uma ligação, registre um lembrete ou agende o despertador para o dia seguinte. Não tem o charme de uma Siri, do iPhone, mas funciona bem e é bastante prático.