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Aparelhos conectados trazem ameaças virtuais para dentro de casa

 | Arte: Carlos Bovo/Gazeta do Povo
(Foto: Arte: Carlos Bovo/Gazeta do Povo)

Foi-se o tempo em que o máximo que você podia fazer com sua televisão era trocar de canal e mudar o volume pelo controle remoto. Alardeadas como uma das principais tendências do momento, as TVs conectadas, também chamadas de smart TVs, começam a se popularizar nos lares brasileiros, fornecendo acesso rápido e prático a serviços como Netflix e YouTube e permitindo a navegação na web. A conectividade, no entanto, traz a reboque ameaças antes restritas a celulares e computadores.

“Não existe dispositivo digital 100% seguro. TVs, geladeiras, alarmes, pulseiras e até automóveis, que rodam micro sistemas operacionais, são vulneráveis (a invasões e roubo de dados)”, alerta o CEO da PSafe, Marco DeMello. O risco é ainda maior porque, ao contrário de smartphones e PCs, programas e aplicativos anti-vírus para esses novos dispositivos ainda são praticamente inexistentes.

As ameaças já catalogadas por especialistas incluem inclusive o “sequestro” de smart TVs, que são invadidas por hackers e tornadas inoperantes até que os usuários paguem um resgate. Outra tática comum é invadir os sistemas dos aparelhos para capturar dados financeiros, já que videogames e televisores costumam permitir transações dentro das lojas de aplicativos. “Uma smart TV hoje pode ter a capacidade de processamento de um celular ou um PC. E criar novos vírus para esses dispositivos é tão simples quanto criar para um smartphone”, afirma o especialista em segurança da Norton Nelson Barbosa.

Veja dicas essenciais para proteger seus novos aparelhos conectados.

Roteadores

Vários roteadores wi-fi já permitem hoje que os usuários criem diferentes redes dentro de casa, com o mesmo ponto de acesso, mas que não se comunicam entre si. Assim, uma boa maneira de diminuir riscos é usar uma rede para celulares e computadores (com uso mais intenso e, por isso, mais suscetíveis a invasões) e outra para os demais dispositivos conectados, como televisores e alarmes.

Smart TVs

Entre as inovações das smart TVs está a possibilidade desses equipamentos virem com câmeras e microfones integrados. No entanto, é importante desabilitar esses recursos quando eles não estiverem sendo usados. No início do ano, a Samsung alertou que o sistema de reconhecimento de voz de alguns de seus televisores pode capturar informações pessoais do que for dito em frente à TV. Hackers também podem invadir a câmera da smart TV para ter uma visão do ambiente em que ela está.

Aplicativos

Com a popularização das TVs conectadas e dispositivos vestíveis, cada vez mais novos aplicativos serão lançados para os sistemas operacionais desses aparelhos. É preciso ficar atento, porém, a que apps baixar, priorizando os mais conhecidos e com boas avaliações dos usuários. “A grande maioria das pessoas esquece que as smart TVs têm lojas próprias de aplicativos e nem todos os apps são verificados. É muito fácil uma pessoa ou empresa fazer a publicação de um app nessas lojas”, alerta Nelson Barbosa, especialista em segurança da Norton.

Pesquise

A prevenção contra ataques virtuais pode começar bem antes da compra dos aparelhos. Seja por meio de comentários de usuários nos próprios sites de compras ou em páginas de empresas de segurança, é fácil encontrar informações sobre vulnerabilidades já encontradas nos dispositivos – e se elas já têm solução. “Primordialmente, é recomendável pesquisar muito no Google. Se informar antes de fazer a compra é um passo fácil que pode economizar um bocado de dor de cabeça depois”, afirma o CEO da PSafe, Marco DeMello.

Atualize, sempre

Tanto sistemas operacionais quanto aplicativos recebem atualizações constantes – às vezes para oferecer novos recursos ou corrigir bugs. Outra função importante desses updates é resolver problemas de segurança e se precaver contra vírus recém-descobertos. Por isso, fique atento para manter seu dispositivo e apps sempre atualizados. Nem sempre isso ocorre automaticamente, por isso vale acessar as configurações do sistema com frequência para buscar as novas versões.

Senha enigmática

A principal porta de entrada para ataques hackers é a rede wi-fi de casa – afinal, é por ali que os dispositivos, seja celulares ou TVs, se conectam à internet. Lembre-se de trocar a senha assim que a instalação da rede for feita, e apele para senhas fortes, com vários caracteres e números. Isso pode afastar não só os vizinhos folgados, mas os hackers. “As pessoas não costumam trocar a senha do roteador depois da instalação. Isso é imperdoável, porque a senha de fábrica está documentada na internet. É muito arriscado”, alerta o CEO da PSafe, Marco DeMello.

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