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Comportamento

Crianças ganham apps para seus “brinquedinhos”

Otávio Souza, de 7 anos, fica ao menos uma hora por dia no seu iPad, seu passatempo favorito | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Otávio Souza, de 7 anos, fica ao menos uma hora por dia no seu iPad, seu passatempo favorito (Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo)

Com interface intuitiva e facilidade de manuseio, os tablets e smartphones têm sido a porta de entrada dos pequenos nos primeiros contatos com a internet. De acordo com a pesquisa TIC Domicílios de 2012, 2% das crianças entre 5 e 9 anos que acessam a internet já o fazem por tablets, sendo que a tecnologia ainda não é amplamente difundida no país, estando presente em apenas 4% dos lares brasileiros.

De olho nesse público, empreendedores estão lançando sites e aplicativos com conteúdo desenvolvido especialmente para crianças, preocupados com o desenvolvimento infantil e a segurança – e também, claro, se aproveitando de uma oportunidade de negócio crescente.

Com mais de 19 mil downloads, o News-O-Matic é um jornal digital direcionado às crianças. As notícias são apresentadas em pequenas notas e com vocabulário adaptado ao público infantil.

O programa foi escolhido como o melhor aplicativo para ensino e aprendizado pela Associação Americana de Bibliotecas Escolares. "É a fase dos porquês. Tem assuntos que são difíceis de explicar, mas as crianças querem entender", explica Lilian Holtzclaw Stern, fundadora do aplicativo direcionado a crianças de 6 a 12 anos.

A curiosidade típica dos pequenos também pode ser sanada em um buscador próprio. O Zuggi é o primeiro site brasileiro de busca para crianças – uma espécie de Google com algoritmos que bloqueiam o retorno de páginas com conteúdo inadequado. A fundadora da startup, Natália Monteiro, explica que a ferramenta é diferente dos filtros por palavras, pois o sistema entende termos com duplo sentido. "Se a criança buscar pela palavra ‘melancia’, ela provavelmente está querendo saber sobre a fruta, não sobre a mulher-melancia. A inteligência artificial do sistema consegue fazer essa diferenciação" afirma.

A ferramenta ainda não possui um aplicativo próprio para dispositivos móveis, mas o desenvolvimento está nos planos da empresa. Atualmente, explica Natália, o foco está na monetização. Por ser gratuito, o buscador é mantido com o apoio de instituições parceiras, mas a startup negocia contratos com escolas e governos para a aplicação do sistema nas salas de aula.

Regras

As empresas dos gadgets criaram algumas regras para os desenvolvedores de aplicativos para crianças e jovens. As normas foram criadas após uma série de notícias sobre crianças que gastaram milhares de dólares sem querer ao usar, principalmente, iPhone e iPads de seus pais.

Hoje os apps devem ter uma política de privacidade e não devem incluir anúncios comportamentais. A recomendação também diz que é preciso ter permissão dos pais para que o usuário acesse links fora do app ou realize compras. Os aplicativos ainda precisam ser classificados por faixa etária: 5 anos ou menos, de 6 a 8 anos e de 9 a 11 anos.

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