A primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, não poupou críticas ao Facebook após a rede social apagar de diversas páginas a foto que é considerada um símbolo da Guerra do Vietnã. Na imagem, registrada em 1972 pelo fotógrafo Nick Ut em uma aldeia do país, crianças fogem após um ataque de napalm, conjunto de líquidos inflamáveis que era utilizado como arma química pelo Exército dos Estados Unidos. Ao centro está uma garota de nove anos, nua.
No início desta sexta-feira (9), Solberg compartilhou a fotografia no Facebook, como protesto pela liberdade de expressão por ela já ter sido deletada da página do escritor norueguês Tom Egeland e do jornal Aftenposten.
Assim como nos outros casos,o site de Mark Zuckerberg removeu a publicação da ministra horas depois. Em um post, a chefe de governo desabafou.
“Quando o Facebook remove imagens como essa, acaba por editar nossa história. Espero que a rede social aproveite a oportunidade para rever sua política de edição, e assuma a responsabilidade que uma empresa que administra uma plataforma de comunicação tão ampla deve ter. Quero que meus filhos cresçam em uma sociedade onde a história seja contada como, de fato, foi. Onde possam aprender a partir de eventos e erros históricos”, escreveu.
Junto do texto, a ministra postou não só a imagem da Guerra do Vietnã, mas outras fotos históricas icônicas – como a do Massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989 –, com tarjas pretas.
Num primeiro momento, o Facebook reconheceu que a foto é um ícone, mas justificou a remoção lançando mão de suas diretrizes que proíbem nudez infantil. “É difícil estabelecer uma distinção entre permitir a fotografia de uma criança nua num caso e não em outro”, disse a empresa.
Acontece que após a repercussão da polêmica por ter censurado, pela primeira vez, uma pessoa que ocupa o cargo de chefe de governo, a rede social voltou atrás e liberou a imagem.
Colaborou: Mariana Balan.