Conhecido do grande público por seu sistema de buscas quase onipresente e pelo Android, um dos sistemas operacionais para celulares mais usados no mundo, o Google tem se esforçado para diversificar seu portfólio de produtos e serviços – os anúncios feitos pela gigante de tecnologia nesta semana, que incluem um alto-falante inteligente e um novo dispositivo de realidade virtual, são prova disso.
Entre os poucos produtos da companhia californiana já consolidados no mercado está o Chromecast, dispositivo usado para “transformar” um televisor tradicional em uma Smart TV. O aparelho, lançado no Brasil em junho de 2014, chega agora repaginado com um novo visual, deixando para trás o formato de “pen-drive”.
Disponível nas lojas desde o fim do mês passado, a nova versão do Chromescast se assemelha a um pequeno disco de hockey – uma peça preta redonda e chata, com um visual clean que nem sequer leva o nome da marca, apenas o símbolo do navegador Chrome. O disco é acompanhado por um cabo HDMI curto, que deve ser ligado à TV – no modelo anterior, o aparelho precisava ser plugado diretamente na saída HDMI. A mudança é bem-vinda, já que o cabo extensor facilita a conexão na traseira da TV, mesmo em lugares apertados.
A questão é que, fora a mudança brusca no formato do dispositivo, o novo Chromecast não traz nenhuma evolução significativa em relação ao aparelho original, fora, é claro, a alta expressiva no preço: enquanto o primeiro modelo chegou por aqui custando R$ 199, a segunda versão tem preço sugerido de R$ 399.
O Google diz que o dispositivo conta com um “sistema inteiramente novo e adaptável”, configurado para aproveitar a rede wi-fi do ambiente da melhor maneira possível. Além disso, é compatível com a tecnologia dual band e opera nas frequências de 2,4 GHz e 5 GHz.
Na prática, porém, esses incrementos devem passar despercebidos pelos usuários – até porque o modelo anterior já funcionava de forma bastante satisfatória. Ao fim, o que o Chromecast tem a seu favor é o fato de continuar sendo um aparelho altamente intuitivo, que se dá ao luxo de dispensar um manual de instruções. A configuração inicial (e única que você será obrigado a efetuar durante todo o período de uso) pode ser feita em cinco minutos: bastar ligar o aparelho na saída HDMI da TV e em uma tomada de energia (ou mesmo em uma saída USB do próprio televisor), baixar um aplicativo para celular e então seguir as instruções na tela da TV.
A partir de então, o usuário pode utilizar o dispositivo para ver, em sua TV, filmes e séries do Netflix, vídeos do YouTube e de outros portais e ouvir músicas do Spotify, Deezer e Google Play Música. Isso, utilizando os próprios aplicativos desses serviços – o aplicativo do Chromecast, chamado Google Cast, seguirá instalado no celular, mas não será demandado.
Outras pessoas que estiverem conectadas à sua rede wi-fi, por exemplo, poderão espelhar os vídeos direto de seus telefones para a TV, com um simples toque em um ícone padrão (que lembra um monitor), sem a necessidade de baixar o app oficial do dispositivo.
Assim, o Chromecast é, de forma inegável, um dispositivo muito prático e útil para quem quer aproveitar melhor a internet de casa e os serviços de streaming. Agora, se você já tiver uma Smart TV ou um console de videogame como o Playstation 4 ou Xbox One, esqueça: neste caso, o dispositivo terá pouca (ou nenhuma) utilidade.
Além de lançar a nova versão do Chromescast, o Google decidiu também olhar para os amantes de música. Com o Chromecast Audio, a empresa traz a mesma tecnologia de streaming utilizada para se conectar a TVs em um dispositivo que pode ser conectado a qualquer caixa de som. Com a mesma simplicidade de configuração e uso, ele se integra a serviços como Spotify e Deezer e ainda permite que outras pessoas colaborem com a seleção de músicas, o que o torna uma ótima opção para festas.
O visual é o mesmo do novo Chromescast básico, com o design arredondado e bastante discreto. A diferença fica por conta do pequeno cabo P2 (o mesmo de fones de ouvido) que substituiu o HDMI das TVs. E, ainda que mais simples, ele continua dependente de um cabo microUSB como fonte de energia.
Embora interessante, o maior problema do Chromecast Audio é o seu preço. Ele custa os mesmos R$ 399 do modelo clássico e que também tem integração com aplicativos de música. A ideia de levar o Spotify e derivados para as caixas de som via streaming é algo que chama a atenção, mas não vale um investimento tão alto. Mesmo voltado para outro público, a impressão que fica é que o novo dispositivo é apenas uma versão limitada do Chromecast que já conhecemos. E igualmente cara.