A LG trouxe para o Brasil, mês passado, a sua nova linha de celulares, chamada de K. Voltados ao mercado de aparelhos intermediários, os três modelos K10, K8 e K4 compartilham o mesmo visual, com configurações distintas e preços que variam de R$ 699 a R$ 1.199.
Durante o evento de lançamento, em São Paulo, a empresa fez questão de destacar a importância estratégica deste segmento que, segundo a LG, corresponde hoje a 75% do mercado de celulares do país. De fato, cada vez mais empresas têm apostado em smartphones com boas configurações e preço mais vantajoso, abaixo de R$ 1,5 mil.
Também por isso a nova linha da LG enfrenta uma concorrência pesada. O K10, aparelho testado pela reportagem, possui boas especificações para sua faixa de preço – a partir de R$ 1.149 – mas, colocado ao lado de outros modelos, sai perdendo em alguns aspectos. A começar pela capacidade de armazenamento, de 16 GB, e pela memória RAM, de apenas 1 GB. O recém-lançado Vibe, da Lenovo, tem o dobro da capacidade nas duas configurações, por exemplo, e sai por R$ 1.399.
O K10 vem ainda com um processador octa-core da Mediatek de 1.14 GHz, ao passo que outras marcas, como Motorola, Asus e Samsung, recorrem à onipresente Qualcomm ou Intel, fabricantes com maior prestígio no mercado. Na prática, o hardware do K10 não decepciona durante o uso – tanto que não foram observados lentidão, travamento ou bugs –, mas fica atrás de outros modelos semelhantes.
Diferencial
O que pode fazer o smartphone se destacar é mesmo o conjunto de câmeras. O K10 vem com uma câmera frontal de 13 MP – configuração praticamente padrão entre os intermediários – e uma frontal de 8 MP, acima dos 5 MP que acompanham modelos como o Moto G, Zenfone 2 e Galaxy J5, concorrentes diretos.
E aqui, por mais que se diga que os megapixels, por si só, não representam a real capacidade de uma câmera, é preciso reconhecer que os selfies tirados no K10 estão muito à frente dos registros feitos pelos modelos acima. As fotos surgem com boa definição e contraste de cores, mesmo em ambientes com pouca iluminação. O K10 não tem um flash frontal, mas oferece a opção de “virtual flash” – recurso em que a própria tela do celular é iluminada ao redor da imagem para tentar compensar a falta de luz.
Assim, para quem vive postando selfies no Facebook, Instagram e outras redes, o K10 é uma opção acertada, com satisfação garantida – acredite, quem receber as fotos vai notar a diferença. Também ajuda o fato dos recursos de disparo automático serem bastante eficientes, ao capturar imagens por meio de um gesto com a mão ou comando de voz. Outro recurso simples, mas interessante, é o comando para mudar de câmera frontal para traseira, e vice-versa: basta deslizar rapidamente o dedo pela tela, e a transição acontece.
Visual
Outro diferencial destacado pela LG no lançamento do smartphone é o design do aparelho, que vem com bordas suavizadas em todo o corpo, que favorecem a “pegada” e deixam o K10 confortável de usar. Outra opção interessante é que não há nenhum botão ao lado ou em cima do celular: há apenas um botão que fica na parte de trás do dispositivo, abaixo da câmera, como é comum em outros modelos da LG.
Essas opções dão um visual elegante e sem “firulas” para a parte frontal do aparelho. A capa traseira de plástico, porém, tem uma aparência bastante simples – a diferença aqui é a textura que evita escorregões e vem em três cores (índigo, dourado e branco). Eficiente, mas pouco inspirada.