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Pesquisas mostram que adultos são ainda mais viciados na internet do que adolescentes

Pesquisadores se dividem sobre a real eficácia, no âmbito profissional, de responder e-mails e trocar mensagens sobre o trabalho a qualquer hora e lugar | LLUIS GENE/AFP
Pesquisadores se dividem sobre a real eficácia, no âmbito profissional, de responder e-mails e trocar mensagens sobre o trabalho a qualquer hora e lugar (Foto: LLUIS GENE/AFP)

É comum ouvir por aí pais reclamando que os filhos adolescentes não conseguem tirar os olhos do celular o dia inteiro. Uma pesquisa recente da Nielsen, no entanto, mostra que os jovens de hoje (conhecidos como geração Z) estão longe de serem os mais afoitos por tecnologia nos momentos livres.

A pesquisa da Nielsen ouviu mais de 30 mil pessoas em 60 países, no ano passado, para esmiuçar as diferenças de comportamento entre diferentes faixas etárias. Ao indagar se os entrevistados permaneciam usando aparelhos eletrônicos mesmo durante as refeições, o estudo comprovou que adolescentes e os chamados millenials (que têm hoje entre 21 e 34 anos) não abrem mão com facilidade de seus celulares, mas estão longe de serem os únicos.

INFOGRÁFICO: confira como cada geração encara o uso da tecnologia durante o tempo livre

O número de pessoas que disseram comer com dispositivos conectados ao lado do prato, curiosamente, foi maior na faixa entre 30 e 60 anos: 45% dos entrevistados com idade entre 35 e 49 anos (Geração X) afirmaram que suas refeições são acompanhados por algum tipo de aparelho tecnológico, porcentual que chegou a 52% entre aqueles com 50 a 64 anos (Baby Boomers). No caso daqueles entre 15 e 20 anos, o porcentual foi de 38% e, entre os millenials, 40%.

Aqui, vale uma ressalva: na metodologia da pesquisa, também foram incluídos como aparelhos conectados e eletrônicos os televisores, sem distinção sobre o tipo de dispositivo. Mesmo assim, o resultado vai ao encontro de outras pesquisas, que mostram adultos tão ou mais viciados na internet do que os nascidos nas duas últimas décadas.

Estudo da Associação Americana de Psicologia (APA, da sigla em inglês) mostrou que 53% dos americanos adultos checam seus e-mails profissionais durante o fim de semana e 54% fazem isso mesmo quando estão doentes. A mesma pesquisa também relatou que 44% dos entrevistadores reconheceram que acompanham as mensagens profissionais que chegam pela internet durante o período de férias.

Outra pesquisa, conduzida ano passado pela consultoria Workfront com trabalhadores dos Estados Unidos, mostrou que 40% dos entrevistadores disseram ser razoável responder a e-mails da empresa durante refeições com a família.

Viciados em e-mails

Obviamente, o perfil de uso da internet e de dispositivos conectados, como mostra as pesquisas, é bastante diferente entre adultos e adolescentes, independente do país. Há quem defenda que esse acompanhamento constante de e-mails e mensagens profissionais é uma necessidade para os adultos, enquanto trocar vídeos e imagens pelo Snapchat e áudios pelo WhatsApp pode ser encarado como mera distração para os mais jovens.

Mais uma vez, há controvérsias em relação a esse argumento. Há dúvidas sobre até que ponto checar os e-mails constantemente é realmente imprescindível em várias profissões e se essa atitude de fato contribui para a rotina da empresa. Alguns pesquisadores, por exemplo, acreditam que adultos que conferem e respondem e-mails o dia inteiro, independente de onde estejam, podem estar buscando uma falsa sensação de produtividade – mesmo que coloquem em risco sua saúde e vida pessoal no processo.

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