Caminho na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, faz parte da “Rede Trilhas”, que o Brasil quer implementar nos próximos anos para incentivar o ecoturismo.| Foto: Ministério do Turismo/divulgação

Se você estiver caminhando dentro de uma área preservada da Mata Atlântica e notar um símbolo de uma pegada amarela no chão, saiba que isso quer dizer que a área está integrada ao maior corredor de paisagens naturais do Brasil. A Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade, também chamada de “Rede Trilhas” nasceu em uma portaria assinada ainda no ano passado para ligar o país inteiro por um grande percurso que pode ser feita a pé ou de bicicleta.

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Composta por trilhas que ligam o país de norte a sul, a “Rede Trilhas”pretende incentivar o turismo de aventura e dar mais visibilidade do turismo de natureza no Brasil. Procurada pela reportagem, a assessoria do Ministério do Turismo encaminhou as informações já publicadas sobre a rede, mas ainda não informou se a trilha vai ganhar aporte financeiro e como será feita a preservação ou segurança nos caminhos.

A Trilha Transespinhaço, em Minas Gerais, tem trechos sinalizados. Foto: Divulgação
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Por enquanto, é oficial que as trilhas serão identificadas com o símbolo do projeto e poderão ser percorridas a pé, de bicicleta ou com qualquer veículo não motorizado. De acordo com informações do Ministério do Turismo, pelo menos 1,9 mil quilômetros já estão prontos. A meta é estruturar 18 mil quilômetros em 20 anos, com estimativa de movimentar 2 milhões de pessoas por ano.

Percurso

Entre as trilhas já sinalizadas, estão o Caminho da Serra do Mar e a Transcarioca, ambas no Rio de Janeiro, a Transespinhaço, em Minas Gerais,a Rota Darwin, entre o Rio de Janeiro e Pernambuco e o Caminho das Araucárias, entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que integram o corredor Litorâneo e ainda o Caminho de Cora Coralina, em Goiás e o Caminho da Floresta Nacional de Brasília, que fazem parte do Caminhos dos Goyases; a Trilha Chico Mendes, no Acre e a Transmantiqueira, que passa entre os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

Alto Paraíso, em Goiás, integra parte do caminho que já tem estrutura para receber turistas. Foto: Augusto Miranda/ Banco de Imagens do MTur

Essas trilhas estão sendo percorridas pelos primeiros grupos de aventureiros e exploradores para que seja feita uma demarcação, como já foi feita em Minas Gerais, na Trilha Transespinhaço. Todas as rotas do caminho integram o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc).

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Inspiração internacional

O sistema brasileiro de trilhas de longo curso foi inspirado nas experiências internacionais em grandes trilhas nacionais compostas por trilhas regionais menores, uma acabando onde começa a outra. "Assim, cada uma pode ser percorrida em espaços de tempo variados, encaixando-se em diferentes períodos de férias – uma semana, duas semanas ou até um mês", informa o Ministério do Turismo.

A Trilha dos Apalaches percorre 14 estados dos EUA, com estrutura para os turistas caminharem por todo o percurso. Foto: Bigstock

Uma das rotas de inspiração da "Rede Trilhas" é o Appalachian Trail (Trilha dos Apalaches), trilha norte-americana que percorre 14 estados da costa leste dos EUA. O roteiro americano levou cerca de 40 anos para ser criado através de reservas da Geórgia, ao sul, até o Maine, na fronteira com o Canadá.

Caminhos da Mata Atlântica

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Projeto semelhante ao "Rede Trilhas" está em andamento no Brasil, mas sem prazo de conclusão. O Caminho da Mata Atlântica (CMA) começou a ser desenvolvido em 2012 e ganhou força há dois anos, quando um comitê foi criado para tirar o projeto do papel e ampla divulgação foi realizada.

A trilha proposta tem mais de 3 mil quilômetros de extensão, com trechos que ligam o Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro através da Serra do Mar, conectando parques públicos e áreas particulares de cinco estados do país.

O objetivo é formar uma trilha através da Mata Atlântica preservada, desde o Parque Nacional dos Aparados da Serra, no norte do Rio Grande do Sul, até o Parque Estadual do Desengano, na região norte do Rio de Janeiro.

Até o ano passado a iniciativa ainda estava em discussão e o site do projeto ainda está no ar, no entanto, não há telefone de contato e ninguém retornou os e-mails enviados para o único contato do site. O Ministério do Turismo também não informou se vai firmar parceria com o projeto particular.

Para quem quer se aventurar nas trilhas já demarcadas, a dica dos especialistas é sempre se informar das condições de segurança do local, estar preparado para longas caminhadas e saber se existe um número de contato dos órgãos responsáveis pela área, tanto para informar imprevistos quanto para denunciar crimes ambientais.

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