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Contradição

10 apoiadores de ditaduras que assinaram a carta sobre democracia

Chico Buarque, Lula, Ivan Valente, Randolfe Rodrigues, João Pedro Stédile e Alice Portugal já apoiaram ditaduras (Foto: Reprodução)

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Na segunda-feira (8), Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) assinou a “Carta aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Enquanto formadores de opinião de esquerda e alguns meios de comunicação tentam emplacar que o documento seria apartidário, a presença do ex-presidente e de outros apoiadores de ditaduras socialistas entre os signatários torna essa tese praticamente inviável.

Alguns dos nomes que constam na carta já manifestaram publicamente sua simpatia em relação à ditadura cubana de Fidel Castro, ao chavismo e ao ditador Daniel Ortega, da Nicarágua. A Gazeta do Povo selecionou falas de dez dos signatários que evidenciam isso.

1) Lula chamou Fidel de “maior de todos os latino-americanos”, relativizou ditadura de Ortega e é parceiro do chavismo

Após a morte de Fidel Castro, em 2016, Lula o chamou de “maior de todos os latino-americanos” e disse que o cubano “foi sempre uma voz de luta e esperança”, que animou “sonhos de liberdade”. Afirmou ainda que manteve com o ditador “um relacionamento afetuoso e intenso, baseado na busca de caminhos para a emancipação de nossos povos” e disse que sentia sua morte “como a perda de um irmão mais velho”.

Em 2021, em entrevista ao jornal El País, Lula defendeu ditadores latino-americanos comparando-os com lideranças democráticas legitimamente eleitas do resto do mundo. “Por que Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder, e Daniel Ortega não? Por que Margaret Thatcher pode ficar 12 anos no poder, e Chávez não?”, questionou Lula.

Na mesma entrevista, o ex-presidente Lula relativizou repressões a protestos ocorridas em Cuba, que terminaram na prisão de centenas de opositores, e na Nicarágua, que deixaram centenas de mortos. Disse que “essas coisas acontecem no mundo inteiro”.

Em 2012, Lula disse a Chávez: “Tua luta é nossa luta, tua vitória será nossa vitória”.

2 e 3) Em 2003, Chico Buarque e João Pedro Stédile assinaram carta pró-Fidel após fuzilamento de três desertores do regime

Duas décadas antes de assinarem a carta sobre democracia no Brasil, o cantor e compositor Chico Buarque e o líder do MST João Pedro Stédile estiveram entre os cerca de 200 signatários de uma carta em favor da ditadura de Fidel Castro.

O documento, cujo título era “À consciência do mundo", acusava "uma campanha de desestabilização” contra Cuba que poderia "servir de pretexto para uma invasão” do país. Semanas antes, três homens haviam sido fuzilados pelo regime de Fidel por tentarem fugir com uma lancha para os Estados Unidos, e 75 opositores haviam sido condenados à prisão, o que originou discussões sobre uma possível invasão norte-americana a Cuba.

Além de aprovar Fidel, Stédile já deu diversas demonstrações de apoio ao chavismo, aparecendo inclusive na TV pública venezuelana ao lado do ditador Nicolás Maduro para manifestar sua simpatia pelo regime.

4 e 5) Randolfe Rodrigues e Alice Portugal homenagearam Fidel com frase de criador do Partido Revolucionário Cubano

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) prestaram homenagens a Fidel Castro após sua morte em 2016. Ambos publicaram notas direcionadas ao ditador citando uma frase do político cubano José Martí (1853-1895), criador do Partido Revolucionário Cubano: “La muerte no es verdad cuando se ha cumplido bien la obra de la vida” (“A morte não é verdade quando se cumpriu bem a obra da vida”, em tradução livre). Já sobre o ex-ditador Hugo Chávez, da Venezuela, Alice Portugal disse que ele “devolveu a autoestima dos venezuelanos”.

6 e 7) Ex-presidentes do PT: Tarso Genro comparou Fidel a Mandela; Rui Falcão chamou Chávez de “herói da América Latina”

Também após a morte de Fidel em 2016, o petista Tarso Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-presidente nacional do PT, comparou Fidel Castro a Nelson Mandela (1918-2013), ex-presidente da África do Sul. “Fidel, ao lado de De Gaulle e Mandela, está no patamar dos grandes estadistas dos últimos 100 anos”, disse.

“Fidel foi também um amigo do Brasil e do PT. Junto com Lula, foi idealizador do Foro de São Paulo”, disse Rui Falcão, também ex-presidente nacional do PT, em homenagem ao cubano. Já após a morte de Chávez, Falcão afirmou: “Contem conosco, contem com o Partido dos Trabalhadores, para dar prosseguimento às grandes conquistas políticas e sociais iniciadas pelo governo de Hugo Chávez”. Além disso, o chamou de “herói da América Latina e Caribenha”.

8) Ivan Valente chamou Chávez de “símbolo de resistência”

Em carta homenageando Hugo Chávez após sua morte, o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), então presidente do PSOL, disse que Chávez foi “líder de um dos mais importantes processos de enfrentamento ao imperialismo na América Latina” e “símbolo de resistência ao projeto neoliberal”. Disse ainda que o partido estava “irmanado para marchar ao seu lado em defesa dos valores da Revolução Bolivariana”. A carta também foi assinada por Randolfe Rodrigues, que era então líder do PSOL no Senado.

9) Para Luciana Santos, presidente do PCdoB, Fidel é exemplo para o mundo

A presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, disse em 2016 que “Fidel embalou os sonhos daqueles que acreditam que esse mundo tem jeito” e fez de Cuba “um exemplo para países de todo o mundo na gestão da saúde e da educação públicas e na prática da solidariedade internacional”. “Hoje nos rendemos à tristeza natural pela despedida a um grande líder, ao mesmo tempo nos inspiramos em seu pensamento e seu legado para transformar a lágrima em prática revolucionária, para transformar o luto em luta. Viva Fidel! Fidel Vive!”, acrescentou.

10) Jandira Feghali disse que Fidel é referência “de solidariedade, de afeto”

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse em discurso na Câmara em 2016 que “a humanidade ficou mais triste e mais pobre com a morte de Fidel Castro”. “Fidel Castro alimentou o sonho e a utopia de muita gente, não só da minha geração, mas também de gerações anteriores à minha e de outras que vieram depois da minha. A referência de Fidel Castro é de solidariedade, de afeto, de servir à população, principalmente à que mais precisa”, afirmou ela.

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